Visitação da Virgem Maria e sua prima Isabel
A festa da Visitação da Virgem Santa Maria celebrava-se a 2 de julho, mas foi antecipada para 31 de maio pelo novo calendário, ficando assim entre a solenidade da Anunciação [25 de março] e o nascimento de São João Batista [24 de junho], no último dia do mês de Maria.
A Festa da Visitação começa a ser celebrada no século XIII, pelos Franciscanos. O Papa Bonifácio IX [1356-1404] introduziu-a no calendário universal da Igreja.
Após a anunciação Maria foi visitar a prima Isabel, partilhando com ela a alegria que experimentava perante as “maravilhas” n´Ela operadas pelo Senhor, movida também pela caridade, disponível e, discreta. Para S. Lucas, Maria é a verdadeira Arca da Aliança, a morada de Deus entre os homens, facto que Isabel reconhece e reverencia. Toda a visitação de Maria é um acontecimento de Jesus.
Ao comentar o cântico do Magnificat [Lc. 1,39-56], Ignacio Larrañaga, diz que Deus desperta em Maria, figura feminina, concentrada, delicada, silenciosa, a escuta, a reflexão e, ela exulta no seu Senhor, com uma alegria indiscritível. Santo António refere que «Maria Santíssima foi longa na contemplação» e, Larrañaga enquadra a Virgem Mãe entre os contemplativos, mais, considera-a “coroa e modelo de todos eles”.
Mas, como pode a Virgem Maria, tão discreta Senhora, irromper em tão exaltado júbilo? Esta é, por outras palavras, a questão de Harnack. Larrañaga responde com a explicação psicológica de Gechter: a excecionalidade da ocasião não põem em causa o recato e a modéstia de Maria. Ela não revela, com isto, apenas uma efusão espiritual, uma comunicação fraterna, revela sobretudo também solicitude e, ajuda fraterna. Maria exercitará estas virtudes servindo Isabel, durante os três meses que ficou com ela [Lc. 1,56], até depois do parto. A gravidez adiantada de Isabel e, as eventuais complicações biológicas decorrentes da idade avançada, dificultar-lhe-iam as tarefas domésticas. A acrescentar a tudo isto Zacarias estava mudo, «ferido», psicologicamente e, certamente o casal vivia sozinho. Maria revela-se uma ajuda preciosa para eles, uma bênção caída do céu.
O Papa Francisco acrescenta mais, a Virgem Maria ao visitar Isabel não lhe oferece apenas a sua disponibilidade, e ajuda material, leva-lhe Jesus, que já vivia no seu ventre. Levar Jesus àquela casa significava levar o júbilo, a alegria completa. Isabel e Zacarias estavam felizes com a gravidez, que parecia impossível na sua idade, mas é a jovem Maria que lhes leva a alegria plena, aquela que vem de Jesus e do Espírito Santo e que se manifesta na caridade gratuita, na partilha, no ajudar-se, no compreender-se.
