Até a concelhia de Bragança do PSD aprovou Paulo Xavier como candidato à Câmara na reunião da Distrital
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Tanto barulho para nada, já dizia William Shakspeare. A Distrital de Bragança do Partido Social Democrata (PSD) aprovou, no sábado, por unanimidade, as candidaturas de Paulo Xavier à Câmara de Bragança e de Sérgio Borges à Câmara de Macedo de Cavaleiros, numa reunião em que estiveram ausentes as Comissões Políticas de Secção de Miranda do Douro, Torre de Moncorvo e Vila Flor.
A maior estranheza surgiu com o voto favorável da Concelhia de Bragança ao nome de Paulo Xavier, depois da troca de galhardetes, em comunicado, entre aquela estrutura concelhia e o presidente da Distrital, Hernâni Dias, a quem acusaram mesmo de mentir.
Contudo, no sábado, foi como se nada se tivesse passado. Mesmo tendo a Concelhia de Bragança aprovado internamente, duas semanas antes, o nome de João Rodrigues, por unanimidade, para candidato a indicar à Câmara, agora, Alex Rodrigues, presidente daquele organismo, votou favoravelmente a indicação de Paulo Xavier.
Uma mudança de posição incompreensível para alguns militantes ouvidos pelo Mensageiro. O choque entre a Concelhia e a Distrital plasmada nos comunicados tornados públicos há duas semanas, na sequência da reunião em que foi aprovado João Rodrigues e em que foi chumbado, posteriormente, o nome de Paulo Xavier, deixavam antever a possibilidade de os elementos daquela estrutura local baterem com a porta, por não se reverem no candidato indicado pelo partido.
Contudo, com esta posição agora assumida, de aprovar a candidatura de Paulo Xavier, até esse argumento cai por terra, deixando a Concelhia de Bragança numa posição confusa e incompreensível para alguns dos militantes mais antigos e de peso na orgânica do partido.
A “cambalhota à retaguarda”, como alguns apelidam, é incompreensível à luz dos acontecimentos e posições recentes e reforçam a convicção de fim de linha da atual Concelhia, que já tinha ficado subentendida com o comunicado assinado por Hernâni Dias, que sublinhava o “apoio incondicional” da Distrital e da Nacional do partido à candidatura de Paulo Xavier.
Um “apoio incondicional” que, na prática, significava carta branca para o atual presidente da Câmara poder avançar com as listas à Autarquia, Juntas de Freguesia e Assembleia Municipal como bem entendesse, sem necessidade de negociar lugares com a atual concelhia.
A posição de Paulo Xavier no PSD sai, assim, ainda mais reforçada, por se tornar incontestável. O apoio dos militantes a Paulo Xavier já tinha ficado patente durante a reunião da Assembleia de Secção, em janeiro, que teve ampla participação (mais de uma centena de militantes presentes).
De igual forma, por terra cai, também, a ideia posta a circular em algumas redes sociais de que estaria na calha uma lista independente surgida, precisamente, da dissidência da atual Concelhia de Bragança e com Sobrinho Teixeira à cabeça. Ao Mensageiro, fonte próxima do antigo presidente do Politécnico de Bragança reafirmou a vontade de Sobrinho Teixeira se manter afastado das lutas políticas. E a aprovação, agora, de Paulo Xavier por parte da Concelhia de Bragança na reunião da Distrital só veio confirmar essa ideia.
Nesta reunião foi ainda aprovada, por unanimidade também, a proposta da presidente da Concelhia de Macedo de Cavaleiros, Clementina Gemelgo, de um voto de confiança ao atual presidente da Distrital, Hernâni Dias, que tem sido contestado em diversos círculos do partido.