Bragança cede frente ao Joane após partida marcada por expulsões e tensão
O Grupo Desportivo de Bragança não evitou, este domingo, uma derrota caseira diante do Joane, por 1-2, somando, desta forma, o segundo desaire na Série A do Campeonato de Portugal, após 12 jornadas concluídas, a uma ronda da conclusão da primeira volta da competição do quarto escalão do futebol nacional.
A partida começou com uma atitude ofensiva e dominadora por parte dos transmontanos, que, porém, acabaram surpreendidos ao minuto 8, quando Luís Mendes, de cabeça, desviou com sucesso um livre batido do lado direito do ataque famalicense.
Inconformado, o Bragança aumentou a intensidade e, aos 12’, Danny esteve muito perto de marcar, num lance que gerou protestos junto dos adeptos e da estrutura brigantina, que reclamaram uma grande penalidade por mão na bola de Mendes.
Aos 16’, surgiu o golo do empate. O defesa João Ribeiro não teve a melhor abordagem ao canto batido por Pipo e, de autogolo, repôs alguma justiça no marcador.
Embalado pelo golo, o Bragança voltou a causar perigo, desta vez com um remate de Kika (19’), num bom movimento ofensivo da equipa canarinha.
Quando tudo indicava a reviravolta dos locais, ocorreu a expulsão de Ferreira, ao minuto 33, por vermelho direto, o que acabou por condicionar a resposta dos brigantinos.
Pouco antes do intervalo, o árbitro Tiago Sá voltou a merecer contestação, ao não considerar mão na bola de Ribeiro na luta aérea com Gonçalo.
Na segunda parte, o Bragança mostrou espírito lutador num jogo de ânimos quentes, com vários momentos tensos e até com a expulsão do treinador-adjunto do Joane, Duarte Nuno, ao minuto 89.
Um minuto depois, o Municipal de Bragança foi "silenciado" com um golo do Joane, com Miguel Silva, de cabeça, a desviar o cruzamento bem medido de Fábio Dias.
Já nos descontos, um jogador do Joane derrubou o técnico brigantino Nuno Gonçalves, gerando uma enorme confusão no relvado, com trocas de mimos, que resultaram nas expulsões de Nuno Gonçalves e de vários elementos do Joane: Vítor Meira (Diretor Desportivo) e o preparador físico José Miguel.
No final da partida, Nuno Gonçalves analisou a campanha da sua equipa. “O Bragança não perdia em casa desde a época passada e, naturalmente, queríamos continuar na liderança. Foi um jogo com várias condicionantes e a derrota é minha, não dos jogadores, que deram tudo. Não ganhámos há 3 jogos, mas apenas contra o Vitória tivemos uma exibição abaixo do esperado. Neste jogo, estivemos 60 minutos em inferioridade numérica, com uma atitude positiva, sempre mais perto de ganhar do que de perder. O destino quis que sofrêssemos o golo ao minuto 90, quando merecíamos terminar o ano de forma diferente”.
“Este é um campeonato muito competitivo e precisamos manter os pés bem assentes na terra, pois ainda falta muito para garantir a manutenção”,” lembrou Nuno Gonçalves.
Sobre os momentos tensos, Gonçalves pediu respeito: “Não quero comentar, mas é importante respeitarem o Bragança. Não vou falar da arbitragem, mas houve dualidade de critérios e decisões incompreensíveis.”
Nota ainda para a estreia de Rui Teixeira, novo membro da equipa técnica brigantina, que ocupa o lugar deixado por José Alonso.
Do lado do Joane, Duarte Nuno reconheceu que a sua equipa teve alguma sorte em Bragança: “Tínhamos a lição bem estudada. Sabíamos que, se conseguíssemos tirar profundidade ao Bragança, teriam mais dificuldades. As bolas paradas eram um ponto forte deles e conseguimos controlar isso. A expulsão alterou o jogo, mas tivemos de ser mais pacientes. O empate acabaria por ser justo, mas o trabalho que temos feito merece ser recompensado.”
Sobre os momentos finais, Duarte Nuno considerou-os “normais”. “Faz parte, com ânimos quentes, num ambiente em que os adeptos são fervorosos, e é algo que, por vezes, acontece.”
Deste modo, o Bragança encerra 2024 no terceiro lugar da Série A do Campeonato de Portugal, com 22 pontos, os mesmos que o União SC Paredes, segundo classificado. Já o Joane sobe ao quinto posto com 18 pontos.
Na próxima jornada, marcada para o dia 5 de janeiro de 2025, o Bragança protagoniza um dérbi transmontano, com a visita ao Vila Real, sétimo classificado.
Fotos: Guilherme Moutinho