Bragança

Carlos Martins tomou posse como comandante dos Bombeiros de Bragança e promete manter “níveis de excelência”

Publicado por António G. Rodrigues em Sex, 2022-06-17 10:45

Carlos Martins, de 44 anos e natural de Bragança, tomou posse, no passado sábado, como Comandante dos Bombeiros de Bragança, substituindo José Fernandes, que deixou o comando para se candidatar à presidência da Associação Humanitária.
O novo comandante prometeu seguir “dois vetores fundamentais” na sua atuação de forma a “manter os níveis de excelência” na prestação do socorro à população.
“Um é a formação e manter o socorro no patamar a que estamos habituados, um patamar de excelência. Outro é a sustentabilidade. Estou a contar com órgãos locais, distritais e até mesmo nacionais, neste que é um período difícil que estamos a atravessar”, disse, no dia em que a corporação brigantina celebrou 132 anos.
Carlos Martins lembrou que “o preço dos combustíveis está a aumentar, o salário mínimo também mas o voluntariado está em decréscimo”.
“Em três anos conseguimos produzir quatro bombeiros. Isso é muito pouco. E deve-se à resiliência desses quatro indivíduos porque as formações pararam devido à pandemia. Eram de uma turma que iniciou com 15”, explicou.
No entanto, o novo comandante garante que as subidas de preços dos combustíveis não se vão refletir na prestação de socorro mas no transporte de doentes para os hospitais centrais.
“Vai afetar aquilo que é a situação financeira das associações na vertente do transporte de doentes. Estamos preparados para aguentar durante bastante tempo.
Se isto continuar assim, vamos ter de arranjar outras formas de financiamento para garantir o transporte de doentes. Subir os preços? Não depende de nós mas do Ministério da Saúde. A Liga dos Bombeiros está a fazer um esforço para que isso aconteça.  Neste momento, pagam-nos 51 cêntimos por quilómetro, mas já é esse preço há dez ou 15 anos, quando o preço do combustível era quase metade.
Também havia veículos que não pagavam portagens e passaram a pagar.
No que toca ao socorro, tem outro tipo de financiamento. Não quer dizer que seja totalmente financiado mas ainda não chegámos a esse nível e esperemos que isso não aconteça”, disse Carlos Martins.

Verão de risco e com aposta na vigilância

Tendo em conta as condições meteorológicas que se verificaram ao longo deste ano, com pouca chuva, Carlos Martins admite que estão criadas as condições para um verão de risco.
“O que temos em cima da mesa é que há um baixo teor de humidade nos combustíveis, não choveu durante o período em que deveria ter chovido e isso tem duas leituras. Como não choveu, não há muito combustível fino porque não há erva. Mas o que existe está completamente disponível para arder.
O que vai fazer a diferença serão as ignições. Se houver muitas, está o cenário montado para haver grandes incêndios. Mas se conseguirmos reduzir as ignições, acidentais ou propositadas, vamos ter um verão descansado como no ano passado. O dispositivo está muito apostado na vigilância. Esperemos que seja um fator dissuasor”, sublinhou Carlos Martins.
O novo comandante tem 44 anos e é bombeiro desde 1995. Era, até agora, segundo comandante da corporação, que tem 96 homens, 54 dos quais profissionais.

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