Edição deste ano do Festival D’Onor foi a melhor de sempre mas o objetivo é ir mais além

A edição deste ano do Festival D’Onor, que decorreu no passado fim de semana na aldeia raiana de Rio de Onor, em Bragança, foi “a melhor de sempre”, no balanço da organização.
De acordo com David Vaz, da Associação Montes de Festa, “Foi um fim de semana brutal, não há palavras. Foi o melhor ano de sempre”, sublinhou.
Este festival, que tem o Alto Patrocínio da Presidência da República, vem-se afirmando nos últimos anos como uma referência no Nordeste Transmontano. Este ano atraiu milhares de pessoas àquela aldeia raiana, envolvendo a população local na receção dos participantes. Só no campismo, que é gratuito, registaram-se 501 inscrições.
“Foi um balanço extremamente positivo. Os objetivos a que nos propusemos foram cumpridos, as pessoas da aldeia gostaram. Celebrar a cultura dos dois povos foi conseguido. É para continuar”, sublinhou David Vaz.
Ao longo de três dias - sexta, sábado e domingo - foram vários os momentos de enchente, desde a ronda das adegas aos concertos, fosse no palco principal, fosse no momento mais intimista à beira do rio.
“A nossa aposta de valorização da cultura e identidade é a aposta certa porque o público reconheceu isso. As pessoas da aldeia sentem a mensagem valorizada. Foi a edição mais participada de sempre. Mas há uma parte imaterial que não dá para quantificar que será a mais importante”, destacou David Vaz.
O mesmo responsável sublinha que este ano “veio imensa gente de fora, sobretudo espanhóis. Chegámos à zona de Leon e da Galiza. Grande fatia dos campistas foram espanhóis oriundos da Galiza, Leon e Zamora. A curadoria musical foi muito eficaz. Muitas pessoas vieram pelo festival sem conhecer as bandas”, sustentou, indicando que “há um mundo de oportunidades para explorar”.
“O objetivo não é que se transforme num Rock in Rio mas mantenha os seus traços originais”, garante.
No seu entender, “melhorar um festival não é ter mais pessoas, é melhorar a qualidade da experiência”.
O festival começou há oito anos e mesmo ao nível comercial tem crescido.
“Eram cinco tasquinhas e estiveram sempre a abarrotar. Alguns ficaram se stock na sexta-feira. Tiveram de renovar no sábado e esgotaram novamente. A parte do bar também correu muito bem.
O feedback do mercadinho também é muito bom. Alguns já pediram para renovar. Eram 25 adegas e 25 no mercadinho. Pela primeira vez tivemos livros à venda, massagens. Foi muito bom.
O pessoal da região tem aderido cada vez mais.
A aldeia espanhola adere cada vez mais. Tivemos mais adegas do lado de lá, pessoas da diáspora que marcam férias para esta altura. Tivemos voluntários espanhóis”, explicou David Vaz.
De acordo com o mesmo responsável, o crescimento para os próximos anos “passa pela estruturação”. “A organização precisa de se profissionalizar um pouco, ou seja, dar melhores condições a quem lá vai, na parte da produção e da técnica”, explicou.
Já em 2024, este festival foi nomeado para os prémios ibéricos (foi um dos dez finalistas em Host e Recepcion) dos Iberian Festivals Awards.