Mirandela

Eleições intercalares na freguesia de Mascarenhas a 6 de novembro

Publicado por Fernando Pires em Qui, 2022-09-08 09:36

Os eleitores da freguesia de Mascarenhas, no concelho de Mirandela, vão ter novamente eleições a 06 de novembro depois de todos os eleitos da lista mais votada terem renunciado ao mandato.

A data do novo ato eleitoral já foi publicada em Diário da República, na passada sexta-feira, e resulta do impasse que se gerou depois das autárquicas de 2021, em que o PS ganhou as eleições, mas sem maioria absoluta.

A lista encabeçada pelo presidente da junta de freguesia eleito, Manuel Gomes, conseguiu três mandatos contra quatro da oposição – dois do CDS-PP e dois do PSD - e viu rejeitadas as propostas para formar o executivo na reunião de instalação da freguesia, a seguir às eleições.

Manuel Gomes diz que não havia outra solução. “Não conseguimos entrar em diálogo. A oposição, se quisesse, tínhamos chegado a um acordo, mas eles uniram-se e queriam impor a força deles e a solução foi mesmo ir para eleições”, conta o candidato mais voltado em 26 de Setembro do ano passado, alegando que a oposição queria ter a maioria no executivo da junta. Uma situação, em seu entender, “impensável”.

O candidato do CDS, Luís Amorim, não quis prestar declarações, mas o líder concelhio do partido considera que esta é a melhor solução para a freguesia. “Uma freguesia tão importante no concelho não podia continuar a ser gerida à deriva por pessoas que não têm condições para o fazer e estamos há um ano nisto e somos a única freguesia que não recebeu qualquer comparticipação do Município devido a este impasse, pelo que esperamos que se encontre a melhor solução para a freguesia com a realização das eleições, porque os três partidos têm condições para governar e não apenas um”, sublinha José Mesquita.

O candidato do PSD, Fernando Pintor, entende que o único responsável por este impasse “é o presidente da junta porque sempre apresentou propostas que não refletiam aquilo que foi o sentido de voto dos habitantes da freguesia e ele tinha seis meses para resolver a situação e perdemos um ano nisto”, lamenta.

E Fernando Pintor admite estar preocupado com a situação financeira da junta. “O que me preocupa é o que vamos encontrar neste período até às eleições porque o senhor Manuel andou a gastar dinheiro ilegalmente”, diz.

Manuel Gomes diz que apenas se limitou a uma gestão corrente da junta durante este ano. “Tenho mandado fazer limpeza de ruas e as coisas mais básicas e não fiz obras de fundo porque não tinha autonomia para isso”, adianta.

Numa coisa todos parecem estar de acordo de que a melhor solução para este impasse é a realização de eleições intercalares.

 

PSD e CDS podem avançar com coligação

 

Há a possibilidade de se constituir uma coligação PSD/CDS nas eleições intercalares em Mascarenhas. O presidente da concelhia de Mirandela do CDS deixa entender que é sua pretensão encetar negociações nesse sentido. “Vou tentar falar com algumas pessoas e com outra força política e espero durante o fim-de-semana ter as coisas mais ou menos alinhavadas, porque acho que neste momento nem o PSD nem o CDS teriam grandes benefícios por ter mais uma freguesia na Assembleia Municipal de Mirandela, pelo que a prioridade é encontrar qual é a melhor solução para os habitantes da freguesia e por isso vou bater-me por tentar arranjar essa solução”, diz José Mesquita.

Confrontado com esta intenção do CDS, o líder concelhio de Mirandela do PSD diz que é um assunto a ponderar. “Neste momento, não podemos dizer que haverá ou não uma coligação, é uma questão que ainda temos de conversar e de acordo com o que for decidido e se houver esse entendimento avançaremos, mas o que nos preocupa é ter uma lista que responda às necessidades da população de Mascarenhas”, refere Nuno Magalhães.

A única certeza é que Manuel Gomes volta a ser o cabeça de lista do PS nas eleições intercalares. “Vou ser candidato com as mesmas pessoas que me acompanharam da primeira vez”, garante.

Recorde-se que nas autárquicas de 2021, em Mascarenhas, o PS obteve 38,2%, o CDS 28,6% e o PSD 28,4%, ou seja, os dois partidos que agora podem vir a apresentar uma coligação tiveram no total 57% dos votos.

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