Douro Superior

Estudo defende reativação da linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva

Publicado por Francisco Pinto em Qui, 2022-10-06 11:00

Um retorno de quase 10 milhões de euros é quanto um estudo de viabilidade técnica e económica, apresentado segunda-feira, apontou caso seja reaberto o troço de via férrea da Linha do Douro que liga o Pocinho a Barca d’Alva, no distrito da Guarda, numa extensão de 28 quilómetros. No entanto, os benefícios, sobretudo com a atração de turistas, poderiam extender-se a vários concelhos do distrito de Bragança.

“Fazer este troço de via-férrea entre o Pocinho e Barca d’Alva é viável em termos económicos e financeiros. O estudo é claro. E depois é [também] viável técnica e ambientalmente. Obviamente que temos muitos passos a dar pelo caminho. Estes estudos são imprescindíveis para nós termos sustentabilidade para se começar a trabalhar no projeto”, vincou a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que, juntamente com o ministro das Ifraestruturas, Pedro Nuno Santos, marcou presença na cerimónia, que decorreu em Freixo de Espada à Cinta. Para a ministra, o investimento previsto de 75 milhões de euros na reabilitação deste troço tem benefícios muito superiores, que resultam da atividade turística neste território. “Esperamos que este projeto venha tornar mais sustentáveis as várias atividades [económicas e turísticas] e venha contribuir para a coesão territorial nestes territórios”, vincou. Por seu lado, o ministro das Infraestruturas anunciou que no primeiro trimestre de 2023 será lançado o concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projeto.

“Vamos até ao fim e vamos explorar até ao fim o potencial desta grande região, das mais bonitas do mundo, sempre com grande respeito ambiental este nosso diamante e, com isso, beneficiar toda a nossa população”, afirmou Pedro Nuno Santos.

A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos é reivindicada a reabertura dos cerca de 28 quilómetros entre o Pocinho e a Barca d’Alva, desativados em 1988.

A reabertura deste troço é defendida por autarcas, instituições e população, que dizem tratar-se de um investimento prioritário para o transporte de pessoas e mercadorias, turismo e ambiente.

O estudo de viabilidade económica da reabilitação da Ligação Ferroviária Pocinho/Barca d’Alva aponta para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projetos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.

Os benefícios totais “são de 84,2 milhões de euros” com o troço reaberto a gerar “importantes impactos” no setor do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população.

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