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Fratelli tutti, somos todos, todas e todos irmãos

Publicado por Henrique Ferreira em Qui, 2020-10-08 10:02

O Papa Francisco assinou, em Assis (Itália), na manhã do dia 3 de Outubro de 2020, sobre o altar da Igreja de S. Francisco, a sua terceira encíclica, a Encíclica Fratelli Tutti, título que Ele quis que não fosse traduzido dadas as polémicas de género que em torno do mesmo se geraram. É ainda uma encíclica que traduz as ideias vertidas no documento construído por Ele e pelo Líder Religioso Islâmico Gran Imán de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb , no encontro entre os dois, em Abu Dahbi, de 3 a 5 de Fevereiro de 2019.
No entanto, para que todos entendam a universalidade do pensamento do Papa, traduzimos tal título, propositadamente, como «Somos tods, todas e todos irms, irmãs e irmãos». Irms abrange os transgénero ou os que não se identificam com qualquer género; todas abrange as mulheres; e todos abrange os homens. Na linguagem do Papa, tods, todas e todos são igualmente iguais em dignidade e filhos de Deus.
Com esta Encíclica, Francisco lega o seu testamento cultural, religioso, social e político. Creio que a sua idade física, apesar da sua juventude intelectual e moral, não lhe permitirá elaborar muitas mais encíclicas. O Cardeal Tolentino de Mendonça, em artigo publicado na Revista E do Expresso, de 3 de Outubro, refere que, finalmente, o programa da Revolução Francesa (Habermas diria da Modernidade) reencontra a fraternidade pois se tinha ficado pela liberdade e igualdade burguesas negligenciando a fraternidade .

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