Memórias de utentes da Santa Casa preservadas em livro e vídeo

As histórias de infância e as memórias de cerca de quatro dezenas de utentes da Santa Casa da Misericórdia de Bragança foram preservadas em livro, apresentado terça-feira à tarde no Museu Etnográfico Belarmino Afonso, em Bragança.
Esta edição de 'Histórias e Memórias de Uma Vida de Aprendizagens' resulta do projeto Life is Learning, do programa Erasmus +, cofinanciado pela União Europeia, e que decorreu ao longo dos últimos dois anos, envolvendo ainda a Universidade de Salamanca, em Espanha, e a EduVitae, em Lecce, na Itália.
"É sempre importante termos coisas boas para apresentar à sociedade brigantina. É uma forma de preservarmos a memória dos nossos utentes e é mais um ladrilho para a construção de uma casa com 507 anos", frisou Duarte Fernandes, o provedor da instituição.
Tiago Asseiro, responsável pelo projeto, explicou que este livro é o resultado destes dois anos de trabalho. "Conseguimos, nos três países (Portugal, Espanha e Itália) cumprir os objetivos, fazer sessões de competências digitais e, acima de tudo, criar um espólio de histórias que ficam para o futuro", apontou.
As histórias estão disponíveis neste livro, em formato digital e na página oficial da Santa Casa e no canal do Youtube, pois temos essas histórias completas em vídeo.
Entre as memórias, conta-se a de um utente que, quando criança, surripiou a régua de madeira do professor primário usada para castigos e que atirou para a lareira.
Artur Santos, docente no Instituto Politécnico de Bragança e mentor da candidatura, sublinha que "falarmos das nossas memórias é mantermo-nos vivos".
"Foi bom participar. Estivemos com os computadores, falámos, divertimo-nos. É mais um bocadinho que passamos. No meu tempo não havia nada disto", dizia Ester Rego. Já Lealdina Pinho achou que " que é um projeto bonito". "Gravei vídeos, aprendi a mexer nos tablets, nunca tinha trabalhado com eles. Gostei", garante.
Alicia Murciano da Universidade de Salamanca, fez um "balanço muito positivo". "Era importante dar continuidade a este projeto. Quando funciona e se veem benefícios, ainda por cima a nível internacional, é uma forma de ir semeando para dar frutos no futuro", concluiu a mesma responsável.