Bragança

Menos uvas, mas qualidade excecional no vinho

Publicado por GL em Qui, 2022-09-01 10:21

Uma quebra na produção entre os 20 e os 30% de uvas é quanto perspetiva para a vindima, prestes a começar, Jorge Afonso, proprietário da Casa do Joa, em Parada, no concelho de Bragança. No ano passado o vitivinicultor colheu 20 toneladas de uvas.

Apesar de haver menos uvas e estas terem um calibre inferior ao habitual, o vitivinicultor está confiante que o vinho terá mais qualidade. “O fruto ainda está em fase de maturação e não apresenta doenças, mas o bago está mais pequeno, porque lhe falta água. Na vinha mais nova, com sete ou oito anos, vejo uma quebra maior, porque não está tão adaptada aos efeitos climáticos, neste caso de mais calor. As vinhas centenárias estão melhor e até parecem vacinadas contra tudo”, descreveu Jorge Afonso.

As vinhas da Casa do Joa são de montanha, plantadas a 800 metros de altitude na aldeia de Parada, uma terra mais conhecida pela castanha do que pelo vinho. “A manter-se esta amplitude térmica, pois já temos noites muito frescas, prevemos que a qualidade seja superior comparativamente aos últimos anos”, explicou o vitivinicultor que quer começar a vindima após o dia 12 de setembro.

As qualidades advêm “dos melhores teores fenólicos” ou seja “o que confere melhores propriedades para o vinho se aguentar mais tempo, para ser mais redondo, mais suave e persistente”, descreveu.

Se chovesse ainda ajudava um pouco a produção em quantidade, na medida em que a “uva incharia”, referiu. Na última análise feita à vinha, na semana passada, Jorge Afonso verificou que tanto a uva como a grainha “correspondem bem à maturação fenólica”.

Para amenizar as quebras na produção, Jorge Afonso diz que só pode acionar os seguros de colheita. “Ainda vamos decidir, mas sobre parcelas novas podemos ativar. Nesta altura é difícil fazer o cálculo das perdas”, acrescentou. O setor já está abraços com o aumento dos custos de produção, desde adubos, biofertilizantes, combustível, as rolhas, que aumentaram 20% e o vidro das garrafas que subiu 40%. “O que poderá fazer aumentar o preço do vinho porque o custo da operação é maior”, admitiu.

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