Presidente da Associação Humanitária lança aviso ao Governo pela “falta de apoio” aos bombeiros
O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Bragança, José Fernandes, admite lançar campanhas de angariação de fundos para ajudar a corporação de Bragança se não houver apoio do Governo.
Durante as cerimónias de tomada de posse do novo comandante (ver página anterior) e de comemorações dos 132 anos da Associação, José Fernandes, deixou um alerta: “Estamos a chegar a um ponto muito crítico porque, infelizmente, o Estado não nos está a remunerar como devia. As nossas despesas são superiores ao que o Estado nos paga por quilómetro”, frisou.
Para além disso, as notícias de falta de médicos que obrigam ao encerramento de serviços um pouco por todo o país é “preocupante”.
“Ainda há pouco tempo ouvimos que uma pessoa grávida poderá ter perdido o seu bebé porque o hospital não tinha um médico obstetra para os receber. Isso é grave. Temos de ter cuidado. Não queremos que as pessoas de Bragança, o povo de Bragança fique sem socorro. Prometo solenemente que o povo de Bragança não vai ficar para trás. Ninguém vai morrer por falta de socorro, independentemente de o Governo nos apoiar ou não. Os bombeiros já foram muitas vezes ter com o povo, que há de vir em nosso auxílio”, disse José Fernandes.
Já o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, garante que vai continuar a “reivindicar, junto das entidades competentes, aquilo a que cada um tem direito e isso são os meios que lhes permitam desenvolver a sua atividade com o mais elevado profissionalismo e que se traduza no bom desempenho junto das pessoas que carecem de apoio, de socorro em determinados momentos”. Sobre a falta de obstetras no hospital de Bragança, lembra que a solução encontrada “foi provisória”.
“A situação continua na mesma, como estava há uns meses. Não foi resolvida de forma definitiva. Foi uma solução um bocadinho improvisada, através da contratação de obstetras para a substituição dos que não existiam, sendo certo que essa substituição acontece apenas quando há necessidade, o que não garante a permanência do serviço”, sublinhou.
Neste 132.º aniversário, a corporação benzeu uma nova ambulância de socorro, oferecida por um benfeitor brigantino que prefere ficar anónimo, e que teve um custo de 62 mil euros.
Será a sétima ambulância deste género no parque dos bombeiros, sendo que uma delas está afeta ao aeródromo municipal. Ao todo, os bombeiros de Bragança respondem a cerca de 300 ocorrências de socorro por mês.
Também foram recebidos 16 equipamentos individuais de proteção, para incêndios urbanos, industriais e acidentes, adquiridos pela própria associação, no valor de 17 mil euros.
