Produtores pedem mais feiras de produtos da terra no verão

A Feira das Cebolas de S. Pedro dos Sarracenos (Bragança), que vai já na 22.ª edição, serviu de mote para os produtores locais defenderem a realização de mais feiras de produtos da terra no concelho de Bragança ou, pelo menos, de que as feiras temáticas sejam mais frequentes e não apenas evento único.

“Este tipo de feiras ainda vai dando algum rendimento aos agricultores. Podia haver mais feiras destas, especialmente agora no verão, que é quando temos os produtos disponíveis”, pedia Fábio Pires, um dos dois produtores de cebolas presentes. No seu caso, este ano trouxe 1,5 toneladas de cebolas à feira, menos 500 quilos do que no ano passado.

“Este ano trouxe menos um pouco, costumo trazer cerca de duas toneladas. A cebola cresceu menos, pôs-se mais tarde, veio frio e chuva. Mas a qualidade é boa, como sempre”, sublinhou.

A réstia de cebolas encareceu este ano, passou de sete para oito euros mas, mesmo assim, a procura foi elevada. A cebola esgotou nas primeiras horas da manhã.
Também quem compra gostava de mais eventos destes. “Estas feiras são muito importantes e deviam ser feitas mais vezes”, dizia Luzia Esteves, que veio propositadamente de Meixedo (Bragança) comprar cebolas a S. Pedro.

Humberto Santos, o presidente da Junta de Freguesia, sublinha a importância deste tipo de eventos, considerando que “dinamiza a economia da freguesia ao longo destes dois dias”.
Este ano estiveram presentes 17 expositores, dois deles de cebolas, mas com predomínio para os produtos locais e artesanato. “Não se justifica que haja mais porque seriam expositores com artigos que nada têm a ver com o princípio da feira. Seria só para preencher espaço”, frisou Humberto Santos.

O presidente da Câmara, Paulo Xavier, concorda com a importância destes certames. “As freguesias de Bragança têm puxado a si o desenvolvimento económico das suas localidades e também dinamizam a própria freguesia. Como estamos a ver vem muita gente a visitar. Há o escoamento do produto e isso é bom para a economia loca. Para além disso temos uma particularidade no nosso concelho. Há nove feiras temáticas, o que deve ser situação única a nível nacional. E ajudam a construir a marca Bragança”, sublinhou.

Paulo Xavier realça que o concelho tem aumentado o número de visitantes, também à custa deste tipo de eventos. “Temos taxas de turismo que fazem inveja a outras regiões, acima da média na região norte. É este conjunto de forças que faz com que a nossa economia vá para a frente”, concluiu.