Entrevista - Duarte Soares, Presidente da Ass. Nac. de Cuidados Paliativos

“Temos dos melhores profissionais de saúde de todo o país"

Publicado por AGR em Sex, 2020-04-10 12:04

Em plena pandemia do novo coronavírus, o  Mensageiro de Bragança entrevistou Duarte Soares, médico brigantino e presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos

Mensageiro de Bragança: Portugal encontra-se perante um dos maiores desafios humanitários da sua história recente. Qual o sentimento dos profissionais de saúde nesta época?
Duarte Soares:
Estamos a colocar no terreno todos os meios para prevenir um aumento de casos “nCovid19”, mas preparamo-nos igualmente para a possibilidade de que estes esforços não alcancem, em parte, os resultados que tanto desejamos. É importante enviar uma mensagem de encorajamento e de esperança a toda a sociedade civil. Temos no distrito dos melhores profissionais de saúde do país e o seu compromisso tem sido inexcedível. Trabalham com total dedicação aos seus doentes, focados no auxílio a uma população particularmente frágil nesta crise. Os profissionais da “linha da frente”, dos cuidados de saúde primários, de medicina interna, intensiva, dos serviços de urgência, mas igualmente a unidade de saúde pública e a unidade do programa de prevenção de controlo de infeção e de resistência aos antimicrobianos têm trabalhado de forma ininterrupta.

MB: Quais as principais preocupações que lhe são transmitidas?
DS:
São várias e de natureza diferente. Por um lado, é importante assegurar que os profissionais de saúde estejam devidamente protegidos para desempenhar as suas funções mantendo-se saudáveis – incluindo não apenas os que trabalham em hospitais, mas também nas Estruturas Residenciais de Pessoas Idosas, Rede Nacional de Cuidados Continuados, forças de socorro e segurança, apenas para citar alguns. A apreensão é grande. Mas temos igualmente que focar a nossa atenção na população mais vulnerável, seja a que se encontra nos lares, em Cuidados Paliativos, nas instituições de Saúde Mental – em todos os contextos de maior fragilidade. Reitero que, agora, como no passado, são estas as populações que se encontram mais expostas ao sofrimento e não podemos deixar ninguém para trás. O desafio é enorme e só com o contributo de todas as instituições da sociedade, a começar pelos municípios, teremos sucesso nesta tarefa. Aqui, registo o empenho de diversas instituições, a começar pelas corporações de bombeiros e pelo Município de Bragança que têm sido incansáveis no combate a esta crise.   

 

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