Aeródromo de Mirandela recebe OK da ANAC para voos da proteção civil e de emergência médica

O PSD de Mirandela questiona o executivo da Câmara sobre o facto de o aeródromo municipal continuar encerrado, desde o início do ano, por falta de certificação da ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil), depois de a presidente da autarquia ter referido que a situação estaria resolvida até ao final do passado mês de março.

Em declarações ao programa “Politicamente Falando” da Terra Quente FM, o presidente da concelhia social-democrata lembra que uma inspeção do departamento de infraestruturas da ANAC, efetuada no final de 2023, “detetou várias inconformidades estruturais que ditaram o encerramento do aeródromo, comprometendo-se o Município a iniciar o processo de investimentos para debelar essas não conformidades”.

Nuno Magalhães entende que o executivo deve uma explicação à população sobre este assunto. “A verdade é que estamos em julho e continuamos sem o aeródromo a funcionar e segundo o que está no site da ANAC, desde o dia 31 de maio até final do ano, o aeródromo estará encerrado”, afirma.

Perante isto, “perguntamos o que se passa porque se, em janeiro, o Município apressa-se a dizer que está resolver todas as situações e em março vai abrir e até agora a situação continua na mesma e sem uma explicação cabal”, diz o líder do PSD local.

Nuno Magalhães considera que este silêncio acaba por servir para aumentar a descredibilização dos políticos junto da opinião pública. “Às vezes dá a sensação que os responsáveis políticos dão as respostas do momento simplesmente para fazer esquecer o assunto com o tempo e a seguir toda a gente se esquece e as coisas continuam na mesma, pelo que é nossa responsabilidade voltar a alertar para esta questão”, acrescenta.

Entretanto, a presidente do Município já reagiu. Júlia Rodrigues revela que a ANAC “já certificou o aeródromo para os voos da proteção civil e de emergência médica, garantindo a continuidade do Centro de Meios Aéreos de Combate a Incêndios e do Centro de Operação da Força Aérea, com a utilização dos drones para vigilância de incêndios, que só existe aqui e em Tancos”, sublinha a autarca.

Já em relação aos voos de recreio, “temos neste momento dois concursos públicos a decorrer, um deles tem a ver com as pinturas porque houve readaptações da legislação e não estávamos a cumprir uma das características. Relativamente à vedação, estamos em fase de análise de propostas e a executar o relatório preliminar, pelo que logo que estas condições estejam efetuadas pedimos a vistoria final à ANAC que nos garantiu que se estas situações ficassem debeladas teríamos a certificação para voos civis”, afirma Júlia Rodrigues.

A autarca não adianta ainda datas para a possível reabertura do aeródromo de Mirandela para a realização de voos de recreio, mas revela que a ANAC já concedeu a certificação para os voos da proteção civil e de emergência médica, garantindo a continuidade do Centro de Meios Aéreos de Combate a Incêndios e do Centro de Operação da Força Aérea.