Miranda do Douro

Artesãos adotam medidas de contenção na construção de palhetas e gaitas de fole

Publicado por Francisco Pinto em Qui, 2020-04-30 15:05

Em tempos de pandemia provocada pela covid-19 os artesãos que constroem palhetas e gaitas de fole adotaram técnicas de contenção por se tratarem de "instrumentos sensíveis", devido à emanação de aerossóis, ou pelo contacto direto com os instrumentistas.
Henrique Fernandes é gaiteiro e palheteiro, ou seja, um construtor de palhetas para gaitas de fole que trabalha em Sendim, em Miranda do Douro, dedicando-se a construir estas pequenas peças feitas a partir de cana, para alcançar um determinado som debitado pela gaita de fole, ao gosto de cada gaiteiro. Por este motivo é importante ter conhecimentos, uma técnica apurada, mãos habilidosas, um sopro forte e um ouvido sensível.
Estes tempos de pandemia, provocada pelo novo coronavírus, levaram o palheteiro do Planalto Mirandesa, que manufatura palhetas "únicas" que são utilizados por "muitos" gaiteiros de vários pontos do país e de Espanha, a desenvolver técnicas e equipamentos utilizadas no fabrico das mesmas para proteção contra a covid-19. "Tive de reajustar-me e adaptar-me à construção das palhetas. Há todo um processo de construção destes elementos que me obrigou, em determinadas fazes do fabrico, tais como o corte e medidas das matérias-primas, a utilizar uma mistura de lixívia e álcool para a desinfestação dos materiais utilizados, como o metal, a cana e o fio, para que ficassem devidamente limpos", explicou o artesão ao Mensageiro.
Henrique Fernandes adianta que todo trabalho manual é feito utilizando dois pares de luvas de látex em cada mão, para não perder a sensibilidade e manter a máxima higiene possível durante o fabrico desta peça tão sensível para as gaitas de fole.

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