D. Nuno pede aos fiéis para se centrarem na esperança que Jesus dá

O bispo da Diocese de Bragança-Miranda desafiou os fiéis para não transformarem a Semana Santa “numa semana pagã, de folia e de euforia, alheios à Paixão de quem mais nos ama e de quem tanto sofreu por nós”, referiu na sua homilia da eucaristia do Domingo de Ramos, a que presidiu na Catedral de Bragança, coadjuvado pelo bispo emérito D. António Montes.
D. Nuno sugeriu que se faça “desta Semana um tempo santo”. “Vivamo-lo juntos, em comunidade, na companhia do Senhor e de quem mais sofre com(o) Ele”, acrescentou, propondo que se escute o Evangelho que nos desafia a abraçar a cruz de Jesus. “Hoje, em Domingo de Ramos escutámos o coração do Evangelho: a narração da paixão de um Deus apaixonado pelo homem, que morre por amor. A celebração litúrgica de Domingo de Ramos tem um duplo sabor: doce e amargo. É jubilosa e dolorosa, pois o Senhor é aclamado e é proclamada solenemente a narração evangélica da Sua paixão”, prosseguiu o prelado perante a assistência que lotou a Catedral de Bragança, onde o prelado procedeu à bênção dos ramos que os fiéis levaram.
A importância da esperança na vida dos cristãos foi outro destaque de D. Nuno Almeida. “Jesus trouxe ao mundo uma esperança nova, que Ele comparou à de um grão de trigo lançado à terra. Se não morrer, se não se abrir e quebrar, ficará só. Mas se morrer, dará muito fruto (cf. Jo 12, 24). Jesus estava a falar de Si mesmo: Ele fez-Se pequeno, como a semente de um grão de trigo; Ele «caiu à terra» deixando-se despedaçar pela morte. Precisamente ali, no ponto extremo do seu abaixamento — que é também o ponto mais elevado do amor — brotou a esperança, a tal esperança que nasce da Cruz!”.
“Contudo, a esperança de vencer a morte liberta-nos de uma vida fechada sobre nós mesmos e incita-nos a vivermos para os outros e assim a transformar o mundo. Quem vive para os seus interesses só se enche de si mesmo e acaba por perder tudo. O amor é o motor que impele esta esperança”, sublinhou o bispo diocesano.
O Domingo de Ramos, também designado ‘Domingo da Paixão’ dá início à Semana Santa, a mais importante para a Igreja Católica.