Diário da República vai passar a publicar documentos em língua mirandesa

O Diário da República vai contar com publicações em língua mirandesa, resultado de um protocolo assinado esta quarta que confere maior “dignidade” a este idioma do Planalto Mirandês, segundo a associação de defesa da língua.
O protocolo foi assinado em Miranda do Douro entre o município local, a Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM), que publica o Diário da República, e a Associaçon de La Lhéngua I Cultura Mirandesa.
O presidente da Associaçon de La Lhéngua I Cultura Mirandesa, Alfredo Cameirão, afirmou que se trata de um passo importante porque confere “uma maior dignidade a este secular idioma”.
Para este responsável , este é um importante reconhecimento da língua e, ao mesmo tempo, o reconhecimento por parte do país das características linguísticas deste idioma falado no Planalto Mirandês.
O protocolo assinado prevê também a publicação por parte da INCM de livros em língua mirandesa ou outros documentos relevantes, e a disponibilização nas suas livrarias de obras do património cultural mirandês, selecionadas pelo município local com a colaboração da Associação da Língua Mirandesa.
Por outro lado, a INCM compromete-se a publicar no ‘site’ do Diário da República os atos que o município de Miranda do Douro, com a coloração da Associaçon de La Lhéngua I Cultura Mirandesa, entenda traduzir para língua mirandesa nos termos da legislação em vigor.
Segundo os termos do acordo, vai ser a INCM a assumir os custos do desenvolvimento e disponibilização universal e gratuita dos conteúdos a publicar.
Para a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, com a assinatura deste protocolo está-se a valorizar cada vez mais a língua mirandesa: “Temos que aproveitar todos os recursos da INCM para podermos promover e divulgar cada vez mais a língua mirandesa”.
Há 26 anos que o mirandês foi reconhecido oficialmente, através da lei 7/99, que fazia da língua a segunda oficial no país.