Entrevista a Rui Vilarinho

"A este nível é impossível contar apenas com os da nossa terra"

Publicado por António Gonçalves Rodrigues em Qui, 2014-08-14 15:05

 
Que balanço faz desta experiência nos comandos do GDB?
Esta já é a minha terceira época no clube. Disputei a III Divisão, depois o CNS no ano passado e agora esta. Esta a ser uma experiência muito positiva. Este era um clube que apenas conheci enquanto adversário,, mas no qual me sinto tão bem como me sentia no meu clube do coração, que não o escondo a ninguém, o Macedo de Cavaleiros. Aqui sinto-me em casa, confortável, como se este fosse o meu clube de sempre. Receberam-me muito bem, os adeptos tratam-me com respeito e ensino tudo aquilo que sei, porque mais não posso fazer. Por isso e mais eu me dedico a isto com tanta seriedade e entrega. Dou o que de melhor tenho em mim e o feedback que recebo é positivo.
O GDB e o SC Mirandela são, de entre os clubes transmontanos, os únicos que conseguem lutar no CNS. Porque? Que ponto de situação faz do estado do futebol da região?
Não vamos andar com rodeios. Tudo isto se deve à economia. Nós estamos no interior e para se fazerem aqui equipas competitivas que dêem garantias de disputar campeonatos de algum relevo é necessário ir buscar jogadores fora da região. Isto não significa que aqui não sejam produzidos jogadores de grande qualidade. Mas em termos proporcionais à densidade populacional a comparação é impossível. Se no distrito de Bragança existem 100 mil pessoas, em Braga co-habitam 700 mil, o que lhes atribui uma maior probabilidade de ter atletas com mais qualidade. Os campeonatos das camadas jovens são muito mais intensos que os nossos, o que proporciona a que os atletas se formem com outra qualidade. A carne e os ossos são feitos da mesma forma, a diferença está na quantidade de qualidade disponível. Porque é mais provável encontrar bons jogadores em Bragança do que em Mogadouro ou Vila Flor, por culpa da densidade populacional. Depois a distância que existe entre as referências do distrito também não ajuda. Para o manter do sucesso de equipas como o GDB e o Mirandela, é necessário haver um esforço também por parte das autarquias, dos sócios e dos directores que têm sido incansáveis.

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