Nordeste Transmontano

Graça Morais e Tiago Rodrigues Sócios correspondentes da Academia das Ciências

Publicado por CR em Qui, 2023-06-15 15:01

A pintora Graça Morais e o diretor do Festival de Teatro de Avignon, Tiago Rodrigues, são dois dos três novos sócios correspondentes nacionais da 9ª Secção – Comunicação e Arte - da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa. O terceiro novo sócio da mesma Secção é Rui Vieira Nery.

Graça Morais e Tiago Rodrigues têm fortes ligações ao distrito de Bragança, já que um e outro sempre cultivaram as suas raízes nordestinas.

Graça Morais é natural da aldeia de Vieiro, concelho de Vila Flor, e Tiago Rodrigues, sendo natural de Lisboa, é filho do jornalista, já falecido, Rogério Rodrigues, natural de Peredo dos Castelhanos, concelho de Moncorvo. A sua mãe, a médica Arlete Rodrigues, é natural da Guarda.

A pintora Graça Morais, filha de Jaime Morais e Alda Pinto, nasceu em Março de 1948, no Vieiro, onde fez os seus estudos primários, tendo frequentado ainda o colégio da sede do concelho, após o que rumou a Bragança para concluir o ensino secundário. Durante esse período, colaborou com o jornal do liceu Ran-Tan-Plan e pintou os cenários para uma representação do Auto da Alma de Gil Vicente. Em 1966, ingressou na Escola Superior de Belas Artes, do Porto, onde concluiu o curso de Pintura, em 1971.

Em 1997, o então Presidente da República, Jorge Sampaio, atribuiu-lhe o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Após a conclusão do curso na Escola Superior de Belas Artes do Porto, o curriculum de Graça Morais depressa assumiu uma qualidade reconhecida internacionalmente, que fazem dela uma das figuras mais importantes da pintura portuguesa, desde os anos setenta até aos dias de hoje. Em 1975, fez parte dos Encontros Internacionais de Arte de Viana do Castelo, tendo fundado, nesse ano, o Grupo Puzzle, com o qual realizou várias exposições coletivas. Durante dois anos (1976-1978), foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris. Em 2008 é inaugurado, em Bragança, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais.

Por sua vez, o ator, encenador, dramaturgo, produtor teatral e diretor artístico Tiago Rodrigues, apesar de ter nascido na Amadora, em 1977, tem uma forte relação afetiva com o distrito de Bragança, não só pelo facto de o seu pai ser natural do concelho de Moncorvo, mas também pelos laços afetivos que manteve com a sua avó Cândida Andrade, em cuja figura se inspirou para lançar e representar a peça «By Heart», que escolheu para encerrar o Festival de Teatro de Avignon, deste ano.

Antes de ser diretor do Teatro de Avignon, em 2014 Tiago Rodrigues foi nomeado, pela Secretaria de Estado da Cultura diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, de onde saiu para assumir Avignon. Além disso, e para lá da distinção que agora lhe foi conferida pela Academia das Ciências de Lisboa, Tiago Rodrigues já fora galardoado, em 2018, com o XV Prémio Europa Realidades Teatrais, e, em abril de 2019, foi condecorado pela República Francesa como grau de Cavaleiro das Artes e Letras. No mesmo ano, foi reconhecido como personalidade do ano, pelo jornal Expresso, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Pessoa, sendo o 2º galardoado mais jovem a receber esse prémio.

Segundo consta da respetiva ata, as razões da distinção radicam no seu «contributo notável para o desenvolvimento do campo das artes performativas portuguesas». Em 2021, o Governo Português atribuiu-lhe a medalha de Mérito Cultural.

O jornal New York Times considerou «Catarina e a beleza de matar fascistas», como «The best (and Worst) Theater in Europe in 2022», não obstante o estilo provocatório do título da peça. A mesma ganhou, em dezembro passado, o Prémio de Teatro UBU 2022 para Melhor Espetáculo Estrangeiro apresentado em Itália.

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