Torre de Moncorvo

Igreja Matriz foi elevada à categoria de Basílica Menor após dois anos de trabalho intenso

Publicado por Francisco Pinto em Qui, 2022-07-21 10:54

O antigo bispo da diocese de Bragança-Miranda e atual Arcebispo Primaz de Braga, D. José Cordeiro, presidiu, segunda-feira, à celebração solene da promulgação do título de Basílica Menor à igreja matriz de Torre de Moncorvo, no dia da memória litúrgica de São Bartolomeu dos Mártires.
D. José Cordeiro agradeceu a todos os que participaram neste processo, que na opinião do prelado “é coletivo”.
 A proposta de elevação a Basílica foi lançada por D. José Cordeiro e contou com a aprovação da Conferência Episcopal Portuguesa, do Conselho Presbiteral da Diocese de Bragança-Miranda, da Câmara de Torre de Moncorvo, da Direção Regional de Cultura do Norte, da Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, da Unidade Pastoral de São José, entre muitos fiéis e instituições.
 De acordo com o prelado, a celebração solene decorreu, simbolicamente, na festa litúrgica de São Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), antigo arcebispo de Braga, diocese à qual Moncorvo esteve vinculado até 1881.
 Falando num “grande evangelizador”, D. José Cordeiro apelou à “evangelização na sinodalidade”, como é pedido pelo Papa Francisco.
 No decurso da homilia, D. José Cordeiro deu graças a Deus e reconheceu com profunda gratidão a todos e a cada um dos que colaboraram ativamente no processo para a concessão dada pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos do título de Basílica Menor à igreja matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Assunção de Torre de Moncorvo, Unidade Pastoral de São José, Arciprestado de Moncorvo.
A Eucaristia ficou ainda marcada pela dedicação do novo altar e a bênção do ambão e da cátedra, “um motivo acrescido de enorme esperança para esta Basílica, constituindo-se um lugar privilegiado de encontro de fé, da escuta da Palavra, da celebração dos sacramentos e da oração para os fiéis e para quantos a visitam”.
“A dedicação do novo altar e a bênção do ambão e da cátedra é também um motivo acrescido de enorme esperança para esta Basílica, constituindo-se um lugar privilegiado de encontro de fé, da escuta da Palavra, da celebração dos sacramentos e da oração para os fiéis e para quantos nos visitam”, enfatizou.
 Em declarações ao Mensageiro de Bragança, D. José Cordeiro, arcebispo metropolita de Braga e primaz das Espanhas, lembrou que este templo dedicado a Nossa Senhora da Assunção de Torre de Moncorvo é a maior igreja da diocese de Bragança-Miranda.
“Mas não é só por este motivo que é elevada a basílica, é sobretudo a marca de São Bartolomeu dos Mártires nesta igreja que chegou a pensar nela para a criação de uma diocese, aqui neste território, e por isso também esse sonho de ela [Igreja Matiz] ser Catedral. Atendendo a toda esta possibilidade, quisemos envolver todos os esforços e felizmente conseguimos, nestes tempos duros e difíceis que vivemos. É, também, uma oportunidade para uma evangelização renovada até nos dinamismos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)” de 2023, disse o arcebispo.
Para o pároco de Torre de Moncorvo, Pe. Sérgio Pera, tudo isto é o resultado de um trabalho que leva já dois anos, sob uma proposta do D, José Cordeiro e que a paróquia acolheu com “muita alegria e empenho”.
 “Tivemos que fazer uma remodelação ao espaço litúrgico exigido pela Congregação para Doutrina da Fé e Disciplina dos Sacramentos. Esta parte foi a mais demorada porque exigia a aprovação deste espaço pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) e que chegou, mesmo, no final da concessão do título de Basílica”, explicou o sacerdote.
 De acordo com o Pe. Sérgio Pêra, a elevação da Basílica da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo é o resultado de muito trabalho, muita insistência e perseverança.
 “Durante todos este projeto houve várias apresentações que foram chumbadas, mas chegamos a este resultado que nos deixa com muita alegria”, vincou.

Cultura do Norte considera que elevação a Basílica tem várias dimensões: a  religiosa e cultural

A diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro, disse que este reconhecimento e atribuição deste título [Basílica Menor] tem sempre duas dimensões: “por um lado reconhecer o trabalho pastoral que é feito, onde falamos das questões religiosas e pastorais e reconhecer a excelência arquitetónica e artística dos templos”.
“Ora, é muito interessante estas duas situações, porque, como direção regional de Cultura, temos especial atenção à componente patrimonial, mas as populações e as comunidades têm especial vivência religiosa, que aqui ainda ocorre. Penso que este momento que celebra as duas dimensões. Uma igreja por ser monumento nacional, não perde a sua primeira referência e este título vem reconhecer, ambas”, vincou a responsável pela Cultura no Norte.
 A responsável explicou ainda que a DRCN olha para a igreja matriz de Torre de Moncorvo como um “monumento nacional, património arquitetónico, artístico, e cultural”, que se faz pela via da classificação, e existe um processo que também “reconhece a importância da Igreja, o seu trabalho, num contexto diferente”.
 Para Laura Castro, com a elevação a Basílica a Igreja Matriz de Torre de Moncorvo “poderá ser ainda um monumento mais visitável”.
“As igrejas por serem monumento, não deixam de ter a sua vivência religiosa, pastoral, não perdem a sua marca de espiritualidade, mesmo sendo classificadas como património, que lhes atribui uma certa condição, as pessoas vão a Moncorvo e visitam a Igreja, é um elemento marcante”, explicou.
 Na Igreja Católica há “basílicas maiores” e “basílicas menores”, título concedido pela Santa Sé a certas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de peregrinações.
 Por seu lado, o presidente da câmara de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, disse que as obras de requalificação da Basílica vão continuar desta feita na porta do lado Sul, que foi por onde entrou São Bartolomeu dos Mártires, durante a sua passagem por Moncorvo, vai ser requalificada através de um protocolo que envolve o município, a Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento regional do Norte (CCDR-N).
 “Há já uma verba própria para que esta porta tão simbólica seja requalificada, e ter a dignidade que merece todo este monumento, e também onde se encontram as relíquias de São Bartolomeu dos Mártires”, explicou o autarca.
 Nuno Gonçalves, pretende, agora, que com estas invenções e elevação da Igreja Matriz a Basílica, que faz turismo religioso e Moncorvo, congratula-se que tem mais um monumento que é reconhecido nacionalmente.
 O início da construção da igreja matriz de Moncorvo de Nossa Senhora da Assunção remonta ao ano de 1544.

 

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