Bragança

JSD lança primeira pedra simbólica de nova residência de estudantes em protesto contra alternativas

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-09-28 09:49

A Juventude Social Democrata (JSD) de Bragança colocou, domingo, a primeira pedra simbólica no terreno para onde está prevista a construção de uma nova residência de estudantes do Instituto Politécnico de Bragança em protesto com a demora em resolver o problema do alojamento estudantil.

A ação, promovida pela concelhia de Bragança da JSD mas que contou com o apoio da Distrital daquela estrutura partidária, quis chamar a atenção para esta problemática.
“É um protesto em relação à falta de alojamento. Em 2019, o ex-Ministro, Manuel Heitor, na campanha para as Legislativas prometeu a criação de residências nos campos do IPB, em Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, com a criação de 300 camas. Passaram quatro anos e, camas, nem vê-las”, frisou José Amaro, presidente da Concelhia de Bragança da JSD.

O líder da Juventude Social Democrata do concelho espera que “seja desta” que a obra avança, até porque o presidente do IPB, Orlando Rodrigues, disse ao Mensageiro recentemente que a construção deverá começar nos próximos meses. “Confiamos nas pessoas que estão à frente do IPB. Sabemos que não depende totalmente deles, foram disponibilizadas verbas do PRR para este fim. Há dinheiro e faltava vontade para concretizar a obra”, frisou José Amaro.

O mesmo responsável admitiu que esta ação era, também, uma “indireta” para o antigo Secretário de Estado do Ensino Superior, Sobrinho Teixeira. “Quando as pessoas chegam aos cargos têm de fazer mais pela região que representam. Queremos confiar mais no trabalho das pessoas mas com a nossa irreverência da juventude cabe-nos defender os jovens e lutar pelos nossos anseios”, destacou.

Alojamento no distrito é “muito problemático”

A Concelhia de Bragança da JSD considera que, na região, “o alojamento é muito problemático”. “Temos conhecimento de jovens que vêm matricular-se com as suas famílias, temos o IPB como o melhor Politécnico do país mas, depois, não dá seguimento porque há muita falta de alojamento e o privado é precário. Os alunos chegam com as famílias para se matricularem e esperam pela segunda colocação ou não ficam cá”, concluiu José Amaro.

Também Carlos Rodrigues, presidente da Distrital da JSD, associou-se a esta iniciativa.

“É uma iniciativa liderada pela concelhia de Bragança mas enquanto Distrital, e sendo uma preocupação dos jovens do distrito, decidimos associar-nos à causa, que tem todo o mérito. É uma grande preocupação dos jovens neste momento, não só dos que vêm estudar para o distrito mas, também, dos jovens do distrito que vão estudar para fora”, explicou ao Mensageiro.

Para Carlos Rodrigues, um “grande problema” são “as constantes promessas que têm sido feitas”. “De recordar que em 2018, o ex-ministro Manuel Heitor prometeu o lançamento de 12 mil camas a nível nacional, seriam cerca de 500 para o distrito de Bragança, concluídas até 2022.

Agora, a Ministra vem prometer 15 mil camas ao abrigo do PRR, novamente 500 para o IPB (200 para Bragança, 200 para Mirandela e 120 para Chaves). É preocupante porque as famílias e os jovens ficam com esta expectativa mas os anos passam e não acontece nada”, destacou.

“Para um jovem que pensa estudar no Interior por achar que os preços seriam mais baixos constata que não é isso que se verifica. Há uma diferença entre os jovens que entraram e os que se matricularam. Acreditamos que se deve à dificuldade em encontrar alojamento e já não fazem sequer a matrícula. E isso é preocupante”, concluiu.  

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