Município aprova moção contra a falta de terminais multibanco
O município de Vinhais aprovou esta segunda-feira uma moção contra a falta de terminais multibanco, denunciada por um estudo do Banco de Portugal (BdP), divulgado pelo Mensageiro há duas semanas.
O estudo conclui que a quase totalidade da população (99%) dispõe de um ponto de acesso a menos de cinco quilómetros de distância (em linha reta) da freguesia de residência e, das 3092 freguesias, menos de 50 estão localizadas a uma distância superior a dez quilómetros de um balcão ou de um CA.
“No entanto, esta não é a realidade do nosso concelho, dado que não existem caixas multibanco na maior parte das freguesias. Existem em apenas duas [Vinhais e Rebordelo] das 26, e a distância a percorrer entre o extremo de uma freguesia e um ponto de acesso é de 25 quilómetros”, sublinhou o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, ao Mensageiro.
Há quem tenha de ir a Espanha
No concelho de Vinhais, há quem tenha mesmo de ir a Espanha levantar dinheiro. “Há vários locais em que os moradores até vão às caixas multibanco a Espanha, como Moimenta, Lomba ou nos Pinheiros”, frisou o autarca. “Não falamos só no levantamento de dinheiro pois servem para um leque grande de pagamentos, compras, etc”, destacou.
Por isso, esta moção “surge no sentido de ver o que se pode fazer para atenuar isto”.
Luís Fernandes teme que este estudo seja apenas isso mesmo, “mais um estudo”, e que “não haja consequências” da realidade identificada.
“Sendo um estudo do BdP e sendo esta uma instituição do Estado e que poderá ter um papel nesta questão, não faz sentido apresentar um estudo e não haver desenvolvimentos”, aponta.
O presidente da Câmara de Vinhais recorda que o facto de só haver duas entidades bancárias no concelho “não pode ser impedimento para instalar outras caixas”.
“Numa das existentes, os bombeiros cederam o espaço e o município fez as obras. Poderia haver parcerias, com juntas ou outras instituições, para instalar mais caixas”, defende Luís Fernandes.
Nesta moção, “exige-se assim uma maior responsabilidade do Banco de Portugal para minimizar as consequências negativas deste estudo, tomando medidas para suprimir tão graves falhas”.
