Obras nas escadas dos Negrilhos suspensas para eventual reconstituição da morte de Giovani

A retirada do corrimão central da escadaria da Travessa dos Negrilhos, em Bragança, por causa do projeto de requalificação em curso na Avenida Sá Carneiro, levou esta quarta-feira a defesa de um dos sete arguidos acusados de um crime de homicídio consumado relacionado com a morte do estudante cabo-verdiano, Luís Giovani Rodrigues, a solicitar que a empresa que está a realizar a obra fique fiel depositário desse separador de ferro, e que a empreitada não interfira com os primeiros 40 degraus, porque testemunhas indicaram que o jovem estudante caiu nesse local na madrugada de 21 de dezembro de 2019, data em que terá ocorrida uma contenda envolvendo os acusados e quatro africanos.
Durante a segunda sessão do julgamento dos sete arguidos suspeitos, a defesa, que pediu ainda uma nova reconstituição daquela noite, considerou que o corrimão se trata de um meio de prova importante, e, por isso entregou um requerimento com estas solicitações.
A defesa quer uma nova reconstituição dos acontecimentos na madrugada de 21 de dezembro de 2019 que inclua a Travessa dos Negrilhos, onde de presume que Giovani tenha caído. Já foi realizada uma primeira reconstituição nos dias 26, 27 e 28 de maio, mas Ricardo Vara Cavaleiro, diz que nessa altura não foi tido em conta o que se passou na Travessa dos Negrilhos.

O coletivo de juízes decidiu mandar suspender as obras no local e notificar a câmara e a empresa construtora.
No banco dos réus estão sete homens, entre os 24 e os 35 anos, acusados em co-autoria por um crime de homicídio consumado, com dolo eventual, suspeitos de envolvimento nos acontecimentos que levaram à morte de Luís Giovani Rodrigues, aluno do Instituto Politécnico de Bragança. Estão ainda acusados de ofensas à integridade física relativamente aos três amigos que acompanhavam Giovani na madrugada de 21 de dezembro de 2019 quando terá ocorrido um episódio de violência entre os dois grupos à saída de um bar na zona da Avenida Sá Carneiro, em Bragança. O julgamento prossegue com a audição dos arguidos esta tarde.