Nordeste Transmontano

Regresso dos emigrantes triplica a população das aldeias durante um mês

Publicado por Glória Lopes em Qua, 2024-08-14 09:19

Paradinha Nova em agosto não parece a mesma aldeia de janeiro. Ouve-se gente nas mesmas ruas, que no inverno estão praticamente desertas, não só pelo frio, mas porque a população é cada vez menos.
Kevin Oliveira, emigrante de segunda geração em França, não falha as férias nesta aldeia do concelho de Bragança. “Estamos cá sempre no dia da festa. Junta-se a família, reencontramos amigos aqui, mesmo alguns que vivem em França e só encontramos uma vez por ano. Voltamos ao nosso país”, contou Kevin explicando que os emigrantes ajudam a trazer movimento às localidades mais recônditas. “Durante o ano mora aqui pouca gente, mas em agosto isto tem 10 vezes mais população do que no resto do ano”, acrescentou o emigrante que até era capaz de se habituar a esta vida. O problema é que não há trabalho. “ Não podemos ficar por cá”, admite. No final do mês as localidades voltam à pacatez habitual. Agosto é um interregno para os emigrantes e para os que vivem nas aldeias.
Os jovens juntam-se no Bar Os Cucos em paradinha. Divertem-se. Põem a conversa em dia , fazem uma pausa na vida quotidiana e do stress de Paris. “Nós vamos às vezes a Bragança para dar uma volta e fazer compras, mas gostamos de ficar aqui na aldeia. Estamos mais à vontade”, acrescenta.

Assinaturas MDB