A opinião de ...

Luzes ao fundo do túnel

Depois da alegada crise entre Governo e Presidente da República, as águas acalmaram, finalmente. Pode ser a acalmia que antecede a tempestade mas, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Depois de duas crises globais consecutivas - pandemia de covid-19 e Guerra na Ucrânia - a economia começa a dar sinais de recuperação. Ainda esta semana, as notícias vindas de bruxelas diziam que a Comissão Europeia tinha revisto em alta as previsões para a economia portuguesa.
Segundo a CE, a economia portuguesa deverá crescer mais do dobro este ano, cerca de 2,4 por cento. Mais do que duplicou a previsão de crescimento que em fevereiro apontava para 1 por cento. O número fica muito acima da projeção do Governo. Caso se confirmem as projeções de Bruxelas, Portugal vai crescer mais do dobro da zona euro e do conjunto da União Europeia (UE) este ano. É que apesar das previsões para o espaço da moeda única e para o conjunto dos 27 também terem sido revistas em alta, ficam longe do cenário traçado para Portugal.
É um número muito acima do inscrito pelo Governo no Programa de Estabilidade, publicado em abril, que ficou pelos 1,8%. Fica, contudo, ligeiramente abaixo dos 2,6% avançados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada.
Com um crescimento mais forte, Bruxelas estima um défice de apenas 0,1% em 2024, abaixo dos 0,4% previstos por Fernando Medina. Com um cenário destes, fica ainda mais reduzida a margem de manobra para Marcelo Rebelo de Sousa dissolver o Parlamento e convocar novas eleições.
Ou seja, vai ter de aguentar Costa até que Costa queira dar o salto para outro sítio.
Assim, espera-se estabilidade governativa para os próximos tempos.
O reverso da medalha é a subida contínua das taxas de juro, que afetam não só a dívida soberana (e obrigam a desviar parte do dinheiro recolhido em impostos para pagar juros e não para o investimento no país), mas, também, a carteira das famílias com créditos (sobretudo o de habitação).
A fatura deve começar a ser sentida mais a sério nos próximos meses, ou anos, quando as dificuldades causadas pela subida das prestações mensais se refletirem em atrasos nos pagamentos e na consequente inundação dos bancos de casas por pagar.

Depois de três anos em que o Mensageiro foi o único jornal de todo o Nordeste Transmontano a fazer o acompanhamento permanente do estado da pandemia na região, com a decisão da OMS de decretar o fim da pandemia e com a melhoria das condições (esta semana, pela primeira vez, não houve pacientes internados), decidimos deixar de atualizar os dados. Retomaremos se se justificar.

Por cá, pela diocese de Bragança-Miranda, há ano e meio que se aguarda a nomeação do novo bispo. Pode ser que haja luz do Espírito Santo para breve.

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