A opinião de ...

PORQUE OS FINS PODEM JUSTIFICAR OS MEIOS, Se não for à palavra, terá mesmo de ir à estalada.

Por muito que custe reconhecê-lo, a atual situação sanitária do país está muito longe de ser fácil e as perspetivas de melhorar a curto prazo não são nada animadoras. Dia após dia, é cada vez mais preocupante o ritmo de crescimento do número de infetados e de vítimas mortais causadas pelo COVID-19, sendo muito mais preocupante a manifesta impotência da ciência que, não obstante o enorme esforço e a qualidade dos investigadores envolvidos na investigação e os milhões investidos, não consegue descobrir a vacina para evitar a contaminação, nem o remédio para a curar.
Agora que está quase a esgotar-se o primeiro período de exceção decretado pelo Presidente da República que, muito provavelmente, irá ser prolongado, chegou a hora de, com total isenção e sem ideias preconcebidas, analisar o que foi feito, identificar tudo o que, eventualmente, possa ter corrido menos bem e traçar a melhor estratégia para, com determinação e coragem, atacar e vencer a gravíssima situação com que todos estamos confrontados. O que nos espera é de tal maneira grave e imprevisível, que não dispensa ninguém de assumir todas as suas responsabilidades perante a comunidade em que está inserido. Porque na situação que estamos a viver, ninguém se salva nem se afunda sozinho, ainda que isto possa até escandalizar muito boa gente, acabou o tempo das palavras mansas e, meus amigos, quem teimar em não ir à palavra, como diz o nosso povo, terá mesmo de ir “à estalada”. A gravidade desta situação é de tal ordem, que ninguém tem o direito de por em risco o presente e o futuro de todo um povo, inutilizar tudo o que até à data foi conseguido com o esforço de tanta gente e, com desrespeito criminoso pelo trabalho dos outros, sobrecarregar ainda mais os milhares de profissionais que nas primeiras linhas de combate a esta pandemia, em condições dramáticas e com privações de toda a ordem, mesmo assim, arriscam tudo pela vida dos seus semelhantes. Chegados à hora do tudo ou nada, espera-se:
- Da cambada irresponsável de mentecaptos que continuam a orgulhar-se da sua esperteza saloia para contornar a lei e a ação pedagógica das autoridades competentes, que se lembre que, na atual conjuntura, viver em sociedade, mais do que direitos, tem regras e obrigações que secundarizam tudo em favor do bem comum;
- Da, felizmente, grande maioria da verdadeira gente da nossa terra, pela dignidade, coragem, solidariedade espírito de sacrifício de que tem dado sobejas provas, que continue a ser exemplo para todos, certos de que Deus é pai e que melhores dias virão;
- De todas, mas mesmo de todas, as autoridades e responsáveis do nosso país, nesta fase dramática que ninguém esperava viver e muito menos quereria gerir, que não lhes falte a saúde para enfrentar as dificuldades com que estão confrontados, a lucidez para decidirem sempre em função do bem comum e, muito especialmente, a coragem para, doa a quem doer, tomar todas as medidas indispensáveis para ultrapassar da melhor maneira possível esta crise assustadora que se abateu sobre toda a humanidade.

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