A opinião de ...

Senhor Lula, cancele a viagem e venha mais tarde

Diz-se, e com um certo fundo de verdade, que o sindicalismo e a atividade política são viciantes e criam dependência, uma realidade que constatei claramente aquando da minha atividade de dirigente sindical, ainda que a meio tempo, num dos mais importantes sindicatos da área laboral da minha atividade profissional na época conturbada do pós PREC, no que foi uma experiência que considero muito enriquecedora e importante, a qual, ao contrário de muitos outros, para não criar as dependências atrás referidas, conscientemente, decidi terminar para me dedicar a tempo inteiro à minha atividade profissional.
Mesmo assim, não consegui evitar que o bichinho viesse comigo pelo que, ao longo de toda a minha carreira, estive sempre atento às vicissitudes, aos avanços e aos recuos, às vitórias e às derrotas, às horas boas e às horas más do mundo laboral pelo que, foi com muita esperança que vi saltar para a ribalta e afirmar-se no complexo mundo sindical dum país como o Brasil, a figura simpática do metalúrgico barbudo que dava pelo nome de Lula da Silva.
Porém, com a mesma velocidade meteórica como subiu aos cumes da fama e da glória e fez renascer naquele povo nosso irmão a esperança dum futuro mais risonho para todos, de igual modo se deixou cair no sentido inverso, e o que poderia ter sido uma figura ímpar do Brasil, um grande sindicalista e um bom governante, hoje (com toda admiração e respeito que merecem todos os sindicalistas e metalúrgicos), ele não passa dum eis sindicalista metalúrgico, um eis governante e um eis muitas coisas mais, a quem o governo desastrado do seu antecessor, pôs de bandeja nas mãos os destinos dos muitos milhões de pessoas da nossa querida pátria brasileira.
Lamentavelmente, perante esta figura ensombrada por um passado nada brilhante, um presente que, a avaliar pelas recentes declarações públicas sobre a guerra na Ucrânia, para lavar a face da Rússia, não hesitou em culpabilizar todos os países que, como o nosso, ajudam o povo ucraniano a defender-se da tentativa de destruição selvagem da sua pátria, surpreendentemente, (ou talvez não), perante este “Ex” isto e aquilo, a atitude das mais altas individualidades deste país, foi subserviente, lamentável e ridícula, na qual não se revê a grande maioria do nosso povo, que nunca lhes perdoará a maneira miserável como adulteraram as comemorações do dia da nossa liberdade, para darem visibilidade à visita desse tal Sr. L. da Silva a Portugal, esperando que não se arrogue o direito de, em nossa casa, voltar a defender a Rússia e os crápulas que a governam.
Para isso, seria melhor que ficasse na sua terra à sombra dum coqueiro.

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3931

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