A opinião de ...

Agora Chuto Aqui!... As organizações e as formações

A forma como nos organizamos e as atitudes que tomamos, quer a nível individual, quer social, institucional ou associativo, assumem grande relevância no que podemos esperar da vida, no que esta nos pode dar, ou seja, o que teremos será o resultado daquilo que fazemos e do modo como nos comportamos e comprometemos com os nossos desafios. Portanto, o êxito e a sustentabilidade relacionada com as tarefas que executamos e com as responsabilidades que assumimos dependem, em boa parte, da nossa capacidade de empreender, de inovar, de trabalhar, de lidar com novos desafios, mas também forma como gerimos a interatividade, aos vários níveis, nos ambientes em que nos movimentamos.
Vem isto a propósito da forma como muitas coletividades desportivas apostam e gerem a formação, desde a iniciação até à competição. Isto da formação tem, inerentemente, muito que se lhe diga. Para além de outras variáveis em termos de conhecimento, quer ao nível de coordenação quer ao nível técnico, é determinante o incremento na motivação, na programação, na gestão e, sobretudo, na implementação séria e adequada de projetos válidos e a correspondente execução. Todas a organizações devem, em primeiro lugar, para potenciar a sua ação, definir a sua missão. Importa, com efeito, que existam responsáveis competentes, corajosos, empreendores, generosos, motivadores confiantes, que estejam conscientes dos objetivos da respetiva missão, que sustentará a formação.
Quando se inicia um trabalho com crianças, para conseguir o sucesso formativo, é determinante  ser possuidor de competências e sensiblidades pedagógicas para o efeito, tendo ao seu dispor as condições pedagógicas e de infraestruturas adeaquadas. Não é possível ministrar conhecimentos teóricos ou práticos se não forem reunidas condições compatíveis em termos de espaços físicos, geradores de conforto compatível. Por outro lado, é de todo o interesse que os líderes sejam detentores do dom precioso e importante saber acolher e lidar de forma correta com a novidade, no contexto formativo desportivo, que se pode descobrir, cultivar e aprender.
O acolhimento no seio de um grupo formativo deve potenciar a inequivoca inclusividade, dirigida a todos, independentemente das proveniencias, dos estatutos sociais económicos. Qualquer clube deve preparar os seus atletas, não só  para saber praticar esta ou aquela modalidade, mas também no sentido de proporcionar o contributo para a formação global ao nível educativo, dos valores e da cidadania, tendo em conta que uma coletividade será um verdadeiro laboratório de treino e múltiplas descobertas, aprendendo a valorizar e praticar simples gestos e exemplos que promovam o estabelecimento de relações positivas de companheirismo, entreajuda e amizade, evitando, ou minimizando contratempos, problemas e dificuldades que provoquem mal estar ou sofrimento.
A formação desportiva não pode ser o “parente pobre” dos clubes. Longe disso. É determinante que estes se consciencializem da sua importância e promovam as condições técnicas, logísticas, financeiras e de infraestrutruras necessárias para o desenvolvimento integral e sustentado das crianças e jovens, valorizando a identidade.
 

Edição
3545

Assinaturas MDB