// Entrevista a Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades

“A atração de investimento da diáspora é um tema muito importante”

Publicado por AGR em Qui, 2019-11-28 12:25

Berta Nunes falou em exclusivo ao Mensageiro, em vésperas da partida para França onde assistiu, segunda-feira, à instituição do Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Mensageiro de Bragança: Que balanço faz destas primeiras semanas como Secretária de Estado?
Berta Nunes: É um balanço positivo. Já tive oportunidade de começar a conhecer no terreno as nossas comunidades, na visita que fiz a França. É muito gratificante perceber que os portugueses que emigraram, muitas vezes com bastantes dificuldades (estamos a falar de uma emigração que começou na década de 1960), conseguiram ter bastante sucesso e conseguiram integrar-se muito bem na comunidade francesa.
Também é interessante porque, sendo uma emigração com bastante décadas, temos já várias gerações. Por exemplo, os filhos dos emigrantes, com a preocupação de uma melhor integração, em casa falavam apenas francês e alguns não falam português.
Os mais novos, até pela imagem positiva que Portugal hoje em dia tem, além de se sentirem cem por cento portugueses e cem por cento franceses, como eles próprios dizem, quando tem de se escolher, há qualquer coisa que pende para Portugal, mesmo tendo nascido em França e tendo dupla nacionalidade.
Estou a falar disto porque acho que em Portugal não temos ainda a verdadeira noção e conhecimento do ativo das oportunidades do impacto no mundo que tem toda a nossa diáspora, e que não temos sabido, provavelmente aproveitar da melhor forma e, simultaneamente, reconhecer a sua importância.
Esta é uma primeira reflexão que tive oportunidade de fazer. Temos de olhar para a diáspora não pelo número de emigrantes ou como as pessoas que vão porque não têm aqui oportunidades (apesar de hoje haver uma nova vaga de emigração de pessoas que se movimentam por vários países, licenciados, doutorados, como acontece com alguns laboratórios em Paris, mas que depois podem ir para Inglaterra, depois para a América). É verdade que alguns deles também poderiam voltar se tivessem melhores condições. Portugal está a apostar, e bem, no regresso de emigrantes e temos de aumentar essa aposta.
O que eu quero dizer com isto é que, em Portugal, ainda temos de ter mais conhecimento e fazer um outro debate sobre estas comunidades. Como Secretária de Estado espero poder vir a contribuir para esse debate.
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