Bombeiros têm veículo para resgatar animais
Os Bombeiros Voluntários de Bragança têm uma nova viatura de resgate de animais feridos ou mortos, acrescentando mais uma valência às suas competências.
A viatura foi apresentada publicamente na passada sexta-feira, na Praça da Sé, em Bragança, e vai permitir resgatar quer animais feridos quer o cadáver de animais mortos e que estejam na via pública.
"Fomos ao encontro das muitas solicitações que tínhamos. Há a consciencialização na população de que o animal tem de ter um trato digno. Dava mau aspeto um animal ser morto por qualquer circunstância e estar horas e horas na via pública. A partir de agora isso não mais vai acontecer", frisou José Fernandes, comandante dos bombeiros brigantinos.
Para o efeito, foi reconvertida uma ambulância de todo-o-terreno que estava em vias de ser retirada do serviço.
"Este era um carro que estava para ficar fora de serviço, foi reconstruído e adaptado.
Esta viatura está equipada com cestos para o transporte, sobretudo de cães e gatos. Mas, por exemplo, tem aumentado a presença da vespa asiática na região e somos várias vezes solicitados para ir exterminar esse ninho. A ambulância só não tem maca. Tem cestos, lavatório, material de primeiros socorros... É para todo o tipo de animal. Já regatámos um papagaio, por exemplo. Também já chegámos a resgatar um cavalo, que tinha caído num telhado", acrescentou José Fernandes.
Esta viatura foi reconvertida ao abrigo de um protocolo já existente com a autarquia de Bragança e que envolve, também, clínicas veterinárias da cidade, que asseguram o tratamento dos animais feridos, com uma disponibilidade de atendimento 24 horas por dia.
"As pessoas devem ligar para a nossa central, que está em permanência, 24 horas por dia. Se o animal estiver morto, recolhêmo-lo numa arca frigorífica para posteriormente ser incinerado. Se estiver ferido, recolhêmo-lo e entregamo-lo a uma clínica para ser tratado, regressando posteriormente ao seu dono", explicou José Fernandes.
Segundo explicou o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, "se o animal [resgatado] tiver dono e se consiga identificar, as despesas serão imputadas ao dono do animal". Caso contrário, "o município assume essa despesa".
De acordo com o mesmo responsável, todos os meses há "quatro ou cinco casos" de animais que são mortos acidentalmente (normalmente atropelados e que ficam abandonados na via pública.
Até agora, a AMICA, uma associação de proteção dos animais composta por voluntários, era uma das entidades a quem as pessoas mais recorriam.
Filomena Pires, da direção da associação, acredita que esta viatura se reveste "de grande importância".
"A importância deste veículo é muita, uma vez que, até à data, não havia um meio para socorrer os animais feridos. A AMICA não tem abrigo, o que faz com que tenhamos grandes dificuldades em dar resposta aos muitos pedidos que nos chegam. Temos famílias de acolhimento temporário, que dão o alojamento e a associação suporta as despesas médicas.
Este serviço alivia porque as pessoas podem telefonar diretamente aos bombeiros e são eles que prestam o auxílio", explicou.
O valor do projeto não foi divulgado.
