Bragança

Estudantes Africanos do IPB fizeram primeira mostra intercultural

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-05-11 15:40

A Associação de Estudantes Africanos do Instituto Politécnico de Bragança realizou, no fim de semana, a primeira mostra cultural na região, com o objetivo não só de promover a cultura dos países representados pelos estudantes mas, também, de dar a conhecer as particularidades do Nordeste Transmontano.

Ao longo de dois dias (sexta-feira e sábado) realizaram-se concertos musicais, sessões literárias e mostras gastronómicas.

“O IPB é um motor da interculturalidade, trazendo alunos dos diversos cantos do mundo e é importante para quem cá vive e cá nasceu conhecer um pouco da riqueza cultural que atualmente se encontra em Bragança. E, ao mesmo tempo, dar a conhecer aos alunos que chegaram cá, aquilo que existe na região.

Chegámos a um país diferente e é importante conhecer a cultura local. Por isso também convidámos vários grupos tradicionais, para dar a conhecer à comunidade estudantil o que é a riqueza cultural da região”, explicou ao Mensageiro o presidente daquela associação, Wanderley Antunes.

O mesmo responsável adiantou que o objetivo foi, também, ajudar os estudantes a terem um rendimento extra.

“Participam muitos países, como São Tomé, Brasil, Tunísia, Moçambique. Também visa dar a oportunidade àqueles que têm pequenos negócios de virem mostrar e ter algum rendimento extra.

A inscrição foi livre. Serve para ajudar economicamente aqueles que passam por alguma dificuldade”, justificou.

A brasileira Aline Silva aproveitou para dar a conhecer aos colegas alguns dos sabores típicos da Bahia.

“Trouxe cocada, um produto típico da Bahia, bala baiana, e brigadeiros típicos, além de bolo de pote e bolo de cenoura com chocolate, que é o típico bolo da Vóvó.

Decidi participar para poder mostrar um pouco da nossa culinária e tudo o que o Brasil representa. Os nossos doces representam tudo aquilo que é o Brasil, o acolhimento, o sabor que lembra a casa da avó e da mãe. A feira tem muita gente diferente justamente para experimentarem um pouco de cada coisa”, contou ao Mensageiro.

Em Portugal há seis meses mas apenas há três em Bragança, admite sentir-se “acolhida”.

“Sinto saudades de casa mas hoje estou mais tranquila, a saudade está mais amenizada. Conheci um novo lugar, novas pessoas, uma nova família, que nunca imaginei que pudesse chamar de família.

A ideia da feira não é só vender e lucrar mas as pessoas conhecerem os nossos doces que, aos brasileiros, lembram muitas coisas.

A experiência está a ser melhor do que o esperado”, garantiu.

Já o são tomense Bacongo Layss trouxe a sua marca de vestuário, criada em Bragança. “É uma marca original, de roupas e acessórios. O objetivo era fazer com que as pessoas tomassem conhecimento”, disse.

Com uma banca em frente estava o núcleo moçambicano da Associação de Estudantes Africanos, também com produtos alimentares típicos daquele país. “Trouxemos um pouco de tudo. Pratos tradicionais e colocámos algumas coisas que as pessoas já conheciam, como bolo de cenoura com recheio de chocolate, enroladinhos de salsicha e espetadas de perú. É uma forma de angariar dinheiro para as atividades do núcleo”, explicou Samira Lopes, vice-presidente do núcleo, que considera que “esta mostra é importante porque as pessoas ficam com a possibilidade de conhecer um pouco a cultura e os pratos típicos”

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