Bragança

Feirantes preferem Cantarinhas no fim de semana e Hotelaria e restauração estiveram a 80 por cento

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-05-11 15:59

Pelo segundo ano consecutivo, a Feira das Cantarinhas de Bragança, que conta já com mais de 400 anos de história, realizou-se no primeiro fim de semana de maio e não no tradicional dia 03. Mas a alteração agrada sobretudo aos feirantes, que vêem, assim, mais visitantes e, com isso, maiores possibilidades de negócio.

“A feira melhorou bastante desde que a puseram ao fim de semana”, dizia Maria de Lurdes, que veio de Mascarenhas com cerejas e morangos.

Já Luísa Carrasqueiras Gonçalves também vê com bons olhos a mudança. “Ser ao fim de semana ajudou a ter mais gente. Se fosse durante a semana não vinham tantas pessoas”, garante.

Certo é que o certame, organizado pela Associação Comercial Industrial e se Serviços de Bragança (ACISB), em parceria com o município, enaltece o número de visitantes que a feira atraiu ao concelho durante o fim de semana.

“O feedback que os restaurantes nos deram é que estiveram sempre de casa cheia, desde quinta-feira. A hotelaria também teve muita gente, na ordem dos 70 a 80 por cento de ocupação”, adiantou Maria João Rodrigues, presidente da ACISB, ao Mensageiro.

Por isso considera que o balanço é “extremamente positivo”.

“Ainda não compilámos toda a informação mas, na feira do artesanato, tivemos um grau de satisfação excelente por parte dos artesãos. Ultrapassaram o volume de negócios de 2021, que foi um ano excecional por ter sido feito após a pandemia. Todos querem regressar, todos ficaram satisfeitos com a organização, com a disposição dos stands, com a afluência e animação da feira, que foi circulante. Na feira das cantarinhas não fazemos questionário como no artesanato mas estava toda a gente satisfeita. Houve até alguns feirantes que esgotaram o produto que traziam”, frisou.

Ao todo, participaram 402 feirantes num evento que se espalha pelas ruas da cidade.

“Este esquema é para manter. Este ano desviámos a feira do renovo para a praça da Sé porque a Rua Combatentes da Grande Guerra estava em obras e funcionou muito bem”, disse.

Ainda assim, a crise esteve presente nas conversas, com alguns feirantes a dizerem ao Mensageiro que houve “muitos visitantes mas pouco dinheiro para gastar”.

“A crise, no que respeita às feiras, passa um pouco ao lado. Passa mais pelo comércio tradicional. As pessoas vão à feira porque o produto é mais barato. Pode não ter tanta qualidade mas, em alturas de crise, as pessoas olham mais ao preço”, conclui Maria João Rodrigues.

Assinaturas MDB