Morreu doente que estava em coma após atraso no atendimento do INEM
Morreu o doente de 84 anos que tinha ficado em coma no passado sábado devido a um engasgamento e depois de os familiares não terem conseguido contactar a linha de atendimento do INEM, confirmou ao Mensageiro fonte hospitalar.
Subiu, assim, para dois o número de mortes no distrito de Bragança associadas aos atrasos no atendimento das chamadas por parte do INEM, nove a nível nacional.
O óbito foi confirmado pelas 22 horas desta sexta-feira, depois de uma semana nos cuidados intensivos do hospital de Bragança, onde chegou já em morte cerebral.
O homem, residente no lar da Santa Casa da Misericórdia de Freixo de Espada à Cinta, tinha ido passar o dia a casa de familiares, onde almoçou.
Durante a refeição, sofreu uma obstrução das vias respiratórias (engasgamento). Estava com um familiar indireto, ex-bombeiro, que aplicou manobras de desobstrução, sem sucesso, por volta das 13h00.
A família esteve cerca de 15 minutos a tentar ligar para o 112. A chamada não foi atendida. O familiar levou o idoso no próprio carro à Urgência Básica do Centro de Saúde de Mogadouro, a mais próxima da ocorrência. No caminho cruzou-se com bombeiros, que transferiram a vítima para a ambulância, mas o homem chegou à urgência já em paragem cardio-respiratória.
Naquele serviço foi possível reanimar a vítima e reverter a paragem cardíaca mas o senhor já não acordou de coma.
Foi entretanto transportado ao hospital de Bragança, onde acabou por falecer esta sexta-feira.
É o segundo caso mortal no Nordeste Transmontano, depois de um homem ter morrido no passado dia 31 na sequência de um ataque cardíaco, em Bragança. A mulher tentou contactar os serviços de emergência durante cerca de uma hora, sem sucesso.
O homem acabou por falecer.
Até ao momento, são já conhecidas 8 mortes por atraso no socorro de emergência a juntar aos casos já noticiados, em Almada, Tondela, Castelo de Vide, Cacela Velha, Vendas Novas, Ansião e Pombal.
Entretanto, o Ministério da Saúde chamou de urgência o sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, presidido pelo moncorvense Rui Lázaro, para negociar um acordo que pusesse fim à greve às horas extraordinárias.