OMS decreta fim da pandemia mas especialistas dizem que decisão é “apenas simbólica”
Acabou. Pelo menos no papel. Passados 1150 dias depois de ter sido declarada como pandemia, a Covid-19 deixou na passada sexta-feira, de ser considerada uma emergência sanitária global pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral daquela organização, confirmou que aceitou a recomendação do comité de emergência para baixar o nível de alarme: “É com grande esperança que declaro o fim da covid-19 como uma emergência de saúde global.”
Em comunicado a OMS considerou que “está na hora de fazer a transição para a gestão de longo prazo da pandemia” porque “a covid-19 é agora um problema de saúde estabelecido e contínuo”.
No entanto, em declarações ao Mensageiro, o médico de saúde pública Ricardo Mexia, alerta que este anúncio “é mais simbólico” do que prático.
“Ou seja, o que a covid-19 deixou de ser é uma Emergência de Saúde Pública de Ambito internacional, conforme está previsto no Artigo 48 do Regulamento Sanitário Internacional.
Mas continuamos a ter que nos preocupar com a doença”, frisou Ricardo Mexia.
O clínico sublinha que “os mais vulneráveis devem andar de máscara, devemos continuar a higienizar as mãos com regularidade, se tivermos sintomas devemos reduzir o contacto social”.
De acordo com o antigo presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, este anúncio por parte da OMS “significa que há uma redução nas eventuais restrições que o Regulamento ainda implicava” mas, “na prática, de facto não muda grande coisa”.
Quanto às restrições, “deixam de existir as que houvesse em relação ao regulamento sanitário internacional”. “Os países continuam a ter liberdade (como sempre tiveram) de criar as regras que entendessem”.
Ao longo dos últimos sete dias, os números de pessoas infetadas com o Sars-CoV-2, o vírus que provoca a covid-19, desceu bastante no distrito de Bragança (mais de 60 por cento).
Os casos conhecidos pelas autoridades de saúde passaram de 29 na semana passada para apenas sete esta semana.
Em 2020, ano em que começou a pandemia, por esta altura havia 158 casos no distrito enquanto que, em 2021, a situação era semelhante à de agora: havia oito casos conhecidos.
Quanto aos internamentos, conheceram um ligeiro aumento. Se, na semana passada, havia duas pessoas internadas em enfermarias dos hospitais da região devido à covid-19, ontem eram três, com uma média de idades de 85 anos.
No entanto, pela segunda semana consecutiva não havia pacientes a precisar de cuidados intensivos.
Moção por melhores serviços
Entretanto, a Assembleia Municipal de Bragança, na reunião de 28 de abril, aprovou uma moção, da autoria de Isabel Lopes (PSD) pelo reforço e qualidade dos Serviços Públicos no Concelho de Bragança. Nesta moção, a AM decidiu “solicitar ao Governo a alocação de recursos humanos para melhorar e garantir a oferta de serviços públicos de qualidade e a criação de novos programas para incentivar a permanência de profissionais no interior”.
Os casos por concelho são os seguintes:
Dias: 29 5 12 19 26 3 10
Bragança 7 5 2 4 4 11 2
Moncorvo 0 0 0 0 1 1 2
Mogadouro 3 2 1 1 0 0 2
Vimioso 0 0 0 1 0 2 1
Mirandela 4 1 1 1 1 3 0
Miranda 0 1 0 1 1 3 0
Vinhais 1 1 0 1 1 2 0
Macedo 0 1 2 2 0 2 0
Alfândega 1 0 0 1 0 2 0
Freixo 0 0 0 1 1 1 0
Carrazeda 0 0 1 2 1 1 0
Vila Flor 0 0 0 0 0 0 0
Outros 2 0 1 0 2 1 0
Total 18 11 8 16 12 29 7
