Seis direções de delegações da Cruz Vermelha tomaram posse em conjunto

Foram seis as delegações da Cruz Vermelha do distrito de Bragança que, perante uma representante da Direção Nacional, tomaram posse para um mandato de quatro anos na passada quarta-feira, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

"É uma nova etapa no trabalho que tem sido desenvolvido, que já é bastante significativo.

Pelo menos em seis municípios do distrito de Bragança que, ao mesmo tempo, assumem este compromisso. Acaba por significar uma nova etapa para cada uma das delegações, que aqui iniciam uma nova fase", sustentou Lara Martins, vice-presidente nacional da instituição.

As delegações de Bragança, Mirandela, Miranda do Douro, Alfândega da Fé, Mogadouro e Vinhais assumiram, assim, um novo compromisso, apesar de algumas já estarem em funções há algum tempo.

"É um momento importante, é o terceiro momento em que temos uma pessoa da direção nacional connosco. É, também, o ressurgimento de várias delegações pelo distrito. A de Bragança tem feito um trabalho de fortalecimento e crescimento e quer servir de exemplo para outras", frisou Duarte Soares, presidente da Delegação de Bragança, em funções há quase um ano.

"A nossa população tem desafios específicos e desafios muito novos", explicou, apontando "três assuntos prioritários": o apoio aos refugiados e às migrações, a identidade de género e a sustentabilidade ambiental, sem descurar tudo aquilo que já fizemos até agora".
 
Pandemia afastou voluntários

Andrea Barbosa, nova presidente da delegação de Miranda do Douro, apontou, por outro lado, algumas dificuldades criadas pela pandemia de covid-19 no último ano e meio, sobretudo ao nível do voluntariado.

"A delegação estava um pouco parada devido à pandemia e pela dimensão do concelho, que é muito pequenino.

Temos de nos inteirar do desenho do concelho, conhecer o território, as necessidades das pessoas, para poder intervir corretamente", frisou.

Atração da juventude

Para Jorge Nunes, delegado regional, o trabalho inicial está concluído.

"A ideia foi reorganizar administrativamente o funcionamento de novas delegações e criar condições para o exercício regular do seu mandato de quatro anos. Esta foi a prioridade. Fortalecer a estrutura associativa, de membros associados contribuintes e, sobretudo, olhar para a área do voluntariado, que é a base de funcionamento da instituição a nível mundial.

Também no distrito temos a perspetiva de fortalecer o voluntariado tendo em conta a juventude e as instituições de ensino e, em particular, as de ensino superior presentes na região e, através de voluntários destas instituições, ir-se colocando sementes noutros territórios.
É esta a perspetiva, de fortalecer a sustentabilidade de funcionamento das delegações da Cruz Vermelha no distrito, na correta parceria e articulação com as instituições do distrito, seja qual for a sua natureza e, assim, robustecer a presença da instituição e o seu reconhecimento público.

Terminada esta tarefa, que foi a minha primeira como delegado regional, segue-se a de proporcionar e assegurar um funcionamento regular ao nível administrativo e financeiro das delegações e expandir a presença das delegações pelos concelhos que hoje não têm a presença desta instituição. Enquanto não se conseguir concretizar essa presença, as mais próximas darão resposta às solicitações desses concelhos".
O antigo autarca brigantino vê, no entanto, com esperança a possibilidade de incluir mais juventude nos projetos.

"Sendo uma região envelhecida, há alguma dificuldade na parte do movimento jovem em termos de voluntariado. Mas, apesar de tudo, temos jovens, que são o futuro da nossa região. E a aposta da Cruz Vermelha no distrito será, inquestionavelmente, o voluntariado jovem. Temos projetos que pretendemos venham a ser desenvolvidos transversalmente nas delegações relacionados com a população sénior mais frágil, mas o foco da nossa atividade tem de ser, inquestionavelmente, o voluntariado jovem", concluiu.