A opinião de ...

A Europa?

Por norma não escrevo sobre acontecimentos internacionais na justa medida de que a velocidade das comunicações colocam os jornais das regiões em desvantagem. No entanto, no plano das ideias o figurino é outro, razão porque de quando em vez ouso fazê-lo correndo o risco de aos costumes dizer nada.
A Europa preocupa-me, sou europeu, este velho Continente é o berço da civilização ocidental, da democracia, do nascer da tolerância, do derrube de formas selvagens de governar os homens. Sim, também, berço de iniquidades, de indignidades enormes, corrigidas ou aliviadas pela influência de utópicos, santos, visionários, filósofos, pregadores, moralistas, gente de fé e outra sem fé nenhuma.
A Europa Turbulento e Poderoso Continente (Anthony Giddens) atravessa dolorosa e funda crise, cercada e submersa em rivalidades e interesses, longe do poderio do séc. XIX, vê o renascer do cerco, não sabendo ao certo qual as portas a abrir no sentido de o romper sem sangue, suor e lágrimas.
É, estadistas do calibre de Churchill desapareceram, ficaram as lágrimas vertidas em memória das vítimas ensanguentadas dos atentados da autoria de miseráveis imbuídos de fanatismo, destros praticantes do horror dos horrores.
A Europa obesa, lustrosa e próspera atiça o desejo de emigrara de milhões de pessoas, se até aos cães servem a comida com colheres de prata, assim mo garantiu um homem de São Tomé, ele tinha visto na televisão, seguramente, as pessoas ainda seriam melhor tratadas concluiu o velho Senhor santomense.
Pois é: a imagem televisiva só mostrou a beleza estilo bilhete postal turístico, não exibiu a deplorável paisagem social viveiro de terroristas educados no abandono, treinados nos centros de ódio contra a diversidade, o respeito pela diferença, a livre troca de opiniões, a separação de poderes, as eleições sérias. A democracia.
Sim, existe a corrupção, o tráfico de todos os tráficos, os negócios irregulares, no entanto, inúmeros corruptos, traficante, negociantes negreiros pagam na cadeia o preço dos crimes cometidos.
O temor, o tremor (agradeço ao filósofo o mote) aumentam após os atentados ocorridos em Paris, antes as tragédias de Madrid e Londres também suscitaram preces, pesares e promessas de actuação política. A actuação política além de frouxa exibiu as calosidades existentes no seio da Comunidade. Os terroristas são hediondos, mas estão nas antípodas de serem parvos. Urge actuarmos firme e velozmente, senão aumenta a xenofobia de igual modo tenebrosa, torpe e aviltante. É isso que queremos?

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