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O Serviço Nacional De Saúde e o Orçamento de Estado

Face a 2021 o orçamento de estado de 2022, acrescenta mais de 700 milhões para apoiar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Além deste aumento de orçamento do SNS temos o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que para a saúde tem 1.383 milhões de euros.
No PRR existem 466 milhões para o reforço dos cuidados primários, 300 milhões para transição digital e 88 milhões para a reforma da saúde mental.
Nunca houve tanto dinheiro para reforçar e modernizar o serviço nacional de saúde.
Tem de haver capacidade para gerir bem e definir bem as prioridades.
A primeira prioridade deve ser melhorar o acesso aos cuidados primários e ao mesmo tempo reforçar as atividades de promoção da saúde e prevenção da doença, em grande parte da responsabilidade das equipes de cuidados primários incluindo os rastreios (prevenção) e a saúde escolar (promoção e prevenção) entre outros programas.
No caso da ULS Nordeste e do distrito de Bragança, temos um aumento de reformas de médicos de família este ano e no próximo o que pode deixar temporariamente várias listas sem médico de família.
Neste processo, é importante substituir rapidamente quem se reforma e planear essa renovação nomeadamente, ver com os médicos de família qual a sua intenção nesta matéria, uma vez que se podem reformar aos 66 anos e alguns meses, mas também podem ficar no SNS até aos 70 anos.
É importante encontrar formas mais flexíveis de contratação de médicos de família, para evitar a existência de listas de utentes sem médicos de família durante meses.
Esta questão é central nos próximos tempos e como existem vários internos de medicina geral e familiar nos centros de saúde da ULS, tal poderia passar por conseguir reter esses médicos de família.
No que diz respeito aos médicos hospitalares tem de se encontrar forma de colmatar as dificuldades existentes nalgumas especialidades como obstetrícia e ginecologia, cardiologia, fisiatria, urologia e radiologia, que estão entre as mais carenciadas da ULS Nordeste.
No que diz respeito aos enfermeiros, tem vindo a aumentar o número de enfermeiros na ULS existindo um enfermeiro/a de família para todos os utentes, mesmo nas listas sem médico.
É também necessário reforçar os técnicos de saúde em particular os psicólogos, dada a importância da saúde mental e tentar repor a rede de técnicos que já existiu nos cuidados primários com objetivo de resolver os problemas de saúde na proximidade e evitar idas aos hospitais.
Uma reforma importante para melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde é a telemedicina e a tele - monitorização: os balcões de tele - saúde nas juntas de freguesia e a monitorização no domicílio nas doenças crónicas, serão o futuro em particular no distrito de Bragança, com uma população envelhecida e com dificuldades de deslocação aos centros de saúde.
Esta será uma verdadeira revolução na melhoria do acesso e na qualidade dos cuidados.
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