A opinião de ...

Nove de Maio de 2022, o indisfarçável fiasco da montanha que..."amoveu

Com enorme nervosismo pelo muito que estava em jogo, para o meio mundo que aguardava com natural preocupação o habitual discurso de Putin nas comemorações da vitória da URSS sobre os exércitos de Hitler, acabou tudo numa grande desilusão, resumindo-se a um arrazoado desconexo de banalidades e lugares comuns repetidos vezes sem conta, revelador da impossibilidade de o ditador russo justificar perante o povo o fiasco da invasão da Ucrânia, ( a tal operação especial de dois ou três dias que já vai em mais de dois meses) e de inventar para si próprio uma desculpa que lhe faculte a maneira airosa de sair da alhada em que se meteu, o que, diga-se, está longe de acontecer.
À falta de melhor justificação, porque o arrastar desta situação, que ele próprio criou e da qual é o grande, se não mesmo o único, responsável em nada o favorece, viu-se obrigado a falar só para dentro, insistindo na tese mirabolante de que os únicos responsáveis pela guerra são os Estados Unidos, a NATO e a UE, e que ele apenas se limitou a defender a Rússia dos ataques inimigos, num dia em que, por mais que o tentasse esconder, teve de reconhecer que, onde menos esperava, lhe correu tudo mal, a começar pela orgulho da parada militar, uma das mais pobres dos últimos tempos, pelo reduzido número de figurantes envolvidos, muito longe dos 70 000 anunciados, pela parcimónia dos meios militares, bem longe dos 2 400 esperados, pela ausência de convidados estrangeiros, e como se isto não bastasse, pela justificação anedótica e hilariante da ausência dos meios aéreos causada pelo mau tempo, talvez porque o vento avariou os limpa para brisas das aeronaves.
Mas, mesmo depois do fracasso e da inutilidade de todo o aparato militar exibido, que ninguém tenha ilusões porque a devastação da Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro pela horda de bárbaros selvagens vindos de leste é para continuar e só terminará quando estiver tudo arrasado e já não houver casas nem nada para saquear, vítimas inocentes para matar, restando apenas uma nação reduzida a escombros para depois, voando sobre as ruínas em bandos de abutres necrófagos e insaciáveis, repartirem entre si os despojos das vítimas das suas atrocidades.
É isto que essa gente tem no sangue e no ADN.
Para quem duvidar, para os mais distraídos e para os mais bem intencionados, numa pesquisa aos dois últimos séculos da história da Europa, a “Paz Russa” aparece envolvida em “apenas” 85 conflitos, ataques e invasões de países vizinhos, 4 entre 1721 e 1795, 10 entre 1800 e 1900, 66 entre 1900 e 2 000 e 5 entre 2007 e 2022, porque, confirmando o que muito bem diz o nosso povo,
“QUEM SAI AOS SEUS, NÃO DEGENERA”.

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