A opinião de ...

Outra vez a eutanásia? Não, muito obrigado!

I – Uma proposta contra natura, iníqua e vergonhosa
É preciso ser-se fraca rês, não ter um pingo de vergonha nem o mínimo respeito pela vida humana, (e isto para ser meigo e parco nas palavras) para que haja candidatos que, para serem eleitos, jurem defender os direitos e os legítimos interesses de quem os elege e depois de subirem ao poleiro, numa crise avassaladora, de consequências difíceis de contornar com que o país real se debata, contra tudo o que deles seria de esperar, têm a lata e o desplante de resgatar do lixo e reciclar a sua proposta de lei da eutanásia, o eufemismo do “assassinato medicamente assistido”, das pessoas doentes e fragilizadas.
Bem pelo contrário, e atente-se no cinismo desta gente, que foram escolher precisamente a época festiva do Natal para dar esta rica, aproveitando as confusões do fim de ano para fazerem aprovar na Assembleia da República esta lei iníqua, condição indispensável para instalar nos hospitais as suas modernas linhas de abate, quando, em muitos deles, já se racionam produtos tão básicos como o papel higiénico, as compressas e os desinfetantes e, simultaneamente, organizar equipas de magarefes, especializados, bem treinados e bem pagos para, “medicamente assistidos” e, porque não, também com música de fundo a condizer, em pleno século XXl, de uma vez por todas, livrarem da dor e do sofrimento os doentes e mais fragilizados.
Mas que grande Euromilhões, dirá o Ministério das Finanças, para o Serviço Nacional de Saúde e o orçamento dos hospitais!
Com uma vassourada destas, adeus dificuldades que estrangulam as urgências hospitalares, atrasos das consultas, falta de médicos e de enfermeiros para as escalas de serviço, de camas e de equipamentos nos hospitais, situação indigna e vergonhosa dos serviços de ginecologia, obstetrícia, neonatalogia e pediatria, espera de meses, quando não de anos pelas consultas de especialidade, falta de médicos de família e duma verdadeira rede de Centros de Saúde, bem equipados e dispondo dos meios técnicos e humanos, que constituam uma linha avançada dos hospitais, capazes de dar resposta pronta, rápida e eficaz às necessidades das populações das suas áreas de intervenção.
Porque a coisa promete aquecer, contamos voltar para a semana.

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3913

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