A opinião de ...

Quatro mil milhões!!!

Quatro mil milhões de euros é quanto o Estado Português se comprometeu gastar, por ano, em defesa, no âmbito da NATO! Seguramente que grande parte desta “pipa de massa” será usada para comprar armamento moderno, eficaz, contemporâneo e inovador. Seguramente que equipamento, serviços e aconselhamento técnico, com essas características existe em abundância e pronto a ser comercializado, do lado de lá do Atlântico de onde voou recentemente o presidente Trump que, de dedo em riste, veio impor tal absurdo aos “amigos” europeus. O que o motiva é fácil de perceber. Antes de mais o famoso loby do armamento da terra do tio Sam, generoso contribuinte das campanhas presidenciais ao qual, até hoje, ainda nenhum presidente conseguiu enfrentar, com um resultado palpável qualquer. O que não é fácil de perceber é a forma servil e resignada dos que, deste lado, justamente criticando o exagero americano na posse e uso (e que uso!) de armas, contribuem alegremente para dar sustento à base eleitoral do mimado e irascível ocupante da Casa Branca.
Tudo isto é espantoso.
Não só a forma como um político estrangeiro consegue condicionar a soberania nacional aos seus interesses eleitorais mas mais e ainda a forma como os detentores do poder político, conferido democraticamente, abdicam das mais elementares prorrogativas para se agacharem e servilmente obedecerem a quem não devem, ignorando os reais interesses de quem devem!
Como é possível que o Primeiro Ministro de Portugal, venha dizer, sem rebuço, sorridente e sem que um clamor se levante, que sim, Portugal irá cumprir os seus compromissos com a NATO. O mesmo Primeiro Ministro que recentemente garantiu que, reconhecendo embora a justeza da pretensão, não pode cumprir os compromissos com os professores. Nem com os médicos. Nem com os utentes do SNS. Nem com os investigadores. Nem com… porque, simplesmente, não há dinheiro que chegue… mas, obviamente, chegará para as necessidades de DEFESA.
DEFESA de quem? Com quem estamos em guerra? Quem nos ameaça de invasão? Os sírios que atravessam o Mediterrâneo? Mas desses não nos “defende” a NATO. Pelo contrário. A NATO, com os nossos quatro mil milhões de euros, compra armamento americano, que despeja no médio oriente e “obriga” árabes pacíficos e em paz, a procurarem modo de vida noutras paragens e, não há necessidade de o esconder, servem, involuntariamente, os interesses dos traficantes de armas e de pessoas e escudam alguns terroristas que assim encontram forma mais fácil e “humana” de entrarem na Europa ameaçando a tranquilidade e paz.
É muito estranha esta “defesa” que a NATO nos traz. Perante a “normalidade” com que isto tudo acontece, fico a pensar se o estranho não serei eu. Provavelmente sim, mas, em boa verdade, ainda não me foi dado observar nenhuma prova real, concreta e lógica de que o meu pensamento esteja errado.
 

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