FUTEBOL

Bragança despede-se de 2022 com derrota por reviravolta diante do Vila Meã (com galeria)

Publicado por Guilherme Moutinho em Sáb, 2022-12-17 22:24

O Grupo Desportivo de Bragança somou a sua segunda derrota consecutiva e quinto jogo sem vencer ao não conseguir evitar a reviravolta do Vila Meã, este sábado, por 1-2, em jogo antecipado da 12.ª jornada da Série A do Campeonato de Portugal.

O técnico Rafael Nascimento apresentou-se no Estádio Municipal de Bragança com várias ausências no plantel, nomeadamente no setor defensivo, com Branco, Hidélvis e Passas ausentes por castigo disciplinar.

Apesar das dificuldades, a formação brigantina até entrou melhor numa partida em que era imperioso contrariar o favoritismo dos Leões da Vila, orientados pelos brigantinos Pedro Machado e Marco Louçano.

Aos 7’, os locais mostraram o atrevimento necessário e colocaram-se na frente do marcador através de uma grande penalidade convertida por Nuninho, a castigar mão na bola de Meneses.

Os visitantes, em desvantagem, pressionaram e acumularam várias oportunidades desperdiçadas por Adul Seidi (11’, 32’ e 44’).

O desperdício seria demasiado notório quando, aos 39’, Adul Seidi na marca dos 11 metros perdeu uma ocasião soberana para empatar a contenda.

Os sorrisos brigantinos não iriam durar, pois, aos 41’, Nuninho é admoestado com a segunda cartolina amarela e a inevitável ordem de expulsão.

No segundo tempo, o Bragança, em inferioridade numérica, sentia algumas dificuldades para travar o ímpeto ofensivo do Vila Meã e iria ser castigado, aos 73’, com uma grande penalidade por derrube de Pedro Miguel sobre Mica. Vítor Hugo foi o escolhido para bater a grande penalidade, mas o desfecho foi semelhante ao do seu colega Adul Seidi, com a bola a embater com violência na barra.

Com 5 minutos para o apito final, o Vila Meã conseguiu quebrar a resiliência brigantina. Adul Seidi redimiu-se ao aproveitar a boa desmarcação de Djoussé para garantir o empate.

Em período de descontos, aos 90 + 8’, Vítor Hugo compensou o penálti falhado com o golo que consumou a reviravolta e a conquista dos 3 pontos dos homens de Vila Meã.

Rafael Nascimento, técnico do GD Bragança, recusou comentar as incidências da partida e pediu respeito pelo trabalho realizado por si e pelos jogadores. “Vou repensar a minha posição no futebol, começo a sentir que é inútil quando as coisas são decididas por terceiros e não pelo nosso desempenho. Perder e ganhar faz parte da minha profissão, não posso é deixar que tentem influenciar o meu trabalho e o dos jogadores. Ao longo desta época temos tido algumas situações que conseguimos atenuar, mas o que se passou nestes últimos dois jogos foi demasiado. Quatro expulsões em dois jogos, onde ficámos sem a nossa linha defensiva, algo está mal, sendo preciso que estejamos aqui de olhos abertos. Pergunto se haverá interesse da Federação na continuidade dos clubes do interior nas competições nacionais,” questionou.

Para o técnico do Vila Meã, Pedro Machado, natural de Bragança e sócio dos canarinhos, este jogo teve um simbolismo especial. “Estive com alguns amigos antes do início do jogo, alguns até da estrutura do Bragança, e disse-lhes que sentia aqui algo especial que não senti em outros jogos decisivos, como os de subida para a Primeira Liga. Este é o meu clube e da minha família, é o único clube que gosto, não simpatizo por nenhum dos clubes “grandes”, como todos sabem”.

Quanto ao jogo, Pedro Machado garantiu que a sua ética desportiva não foi abalada por defrontar o “seu clube” e considerou que a vitória da sua equipa foi justa. “Durante os 90 minutos, fiz tudo o que podia fazer para sair daqui com a vitória, foi um triunfo justo num jogo sofrido. Houve mérito do Bragança, num jogo que foi muito difícil e que não havia necessidade para tal. Falhámos duas grandes penalidades e três oportunidades claras que mais que justificam a nossa vitória. Quando ganho ou perco não falo da arbitragem, o que senti é que o desequilíbrio no banco do Bragança contribuiu para a nossa vitória,” concluiu.

Fotos: Guilherme Moutinho

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