Bragança lutou até ao fim diante do gigante minhoto

O Grupo Desportivo de Bragança foi afastado, este sábado, da Taça de Portugal Generali Tranquilidade 2025/26, após perder por 0-1 frente ao Sporting Clube de Braga, no Estádio Municipal de Bragança, que registou casa cheia com cerca de 5.000 espetadores. O golo solitário surgiu já perto do final, aos 84 minutos, por intermédio de Ricardo Horta, que garantiu a passagem dos minhotos à quarta eliminatória, num jogo no qual os transmontanos se bateram com dignidade e competência.
A equipa orientada por André Irulegui apresentou-se com uma postura organizada e determinada, consciente da diferença de valias, mas sem abdicar da sua identidade. Nos primeiros minutos, o SC Braga assumiu naturalmente o controlo da posse de bola, procurando espaços entre linhas, mas encontrou pela frente um Bragança muito concentrado, com Parini em grande destaque no meio-campo, a cortar linhas de passe e a liderar o equilíbrio defensivo.
Os bracarenses criaram perigo cedo, com Vidigal a obrigar João Victor à primeira intervenção aos sete minutos. O jovem extremo voltou a dar trabalho ao guarda-redes transmontano pouco depois, antes de Dorgeles, numa das melhores ocasiões da primeira parte, rematar ao lado, mas muito perto do poste, deixando o Estádio em sobressalto.
Já o Bragança, a espaços, tentava sair em transição, aproveitando o espaço nas costas da defesa adversária. A melhor ocasião dos transmontanos surgiu logo no arranque da segunda parte, quando Carlos Ferreira, num remate de meia distância, fez a bola passar junto ao poste da baliza de Matheus.
Com o jogo empatado e o tempo a correr, o treinador Carlos Vicens lançou Ricardo Horta ao intervalo, que acabou por ser decisivo. O capitão bracarense trouxe outra fluidez ao ataque e, aos 84 minutos, após combinação com Fran Navarro, fez o golo com um remate rasteiro e colocado.
No final do encontro, André Irulegui, técnico do Bragança, sublinhou a entrega dos seus jogadores. “Conseguimos, perante um adversário deste nível, causar alguma ansiedade e isso foi a ideia pretendida. Termino com um sentimento agridoce, feliz pela capacidade de superação dos meus jogadores e pela imagem deixada neste evento extremamente mediático, somente contrastada com a eliminação.”
Já Carlos Vicens reconheceu que a equipa não esteve ao seu nível desejado. “Estes encontros geram uma expetativa que por vezes se torna difícil de igualar, com os adeptos a esperar uma goleada e, na verdade, isso não é fácil. Devemos dizer que a circulação de bola e a capacidade de desequilibrar não foi a esperada. Penso que a equipa sentiu demasiada pressão para fazer algo mais espetacular, acabando por estar algo lenta. Sabemos que temos de fazer mais e queremos melhorar a imagem deixada neste jogo.”
O jogo ficou ainda marcado por um gesto de fair play digno de registo: o SC Braga decidiu doar a receita do encontro ao GD Bragança, num reconhecimento ao esforço do emblema transmontano.
Fotos: Guilherme Moutinho