Emigrantes já não são a galinha dos ovos de ouro do comércio tradicional no verão

A lufada de ar fresco que o regresso dos emigrantes a Trás-os-Montes, em Agosto, representava no comércio tradicional há uma ou duas décadas, já não é tão representativa nos concelhos do distrito de Bragança. “Vêm em menor número do que antes e os que vêm compram também menos”, admitiu Bruno Gomes, presidente da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD).
Nesta cidade transfronteiriça, muito apreciada pelos espanhóis, “o comércio está em baixo”, garantiu dirigente associativo. “Os emigrantes têm vindo. Estão cá, mas não consomem tanto”, acrescentou Bruno Gomes que culpa a crise económica e inflação na Europa por esta situação, uma vez que as dificuldades relacionadas com a pandemia de covid-19 foram ultrapassadas. “A subida dos preços dos combustíveis e de tudo o resto influencia o consumo familiar. Mais nas lojas de texteis, vestuário e calçado, onde a quebra nas vendas é muito acentuada. Na restauração nota-se menos”, explica o dirigente associativo mirandês que nota que as ruas de Mirada do Douro por estes dias registam um aumento de movimento de pessoas e carros. “Isto está fraquinho, nem parece agosto. Há gente mas não compra”, lamentou Sónia Alves, proprietária do Turismo Squesito, uma loja de produtos alimentares tradicionais, vinhos e artesanato de qualidade.
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