Torre de Moncorvo

Ministério Público quer julgar todos os arguidos do processo do açúcar confundido com cocaína

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2023-04-06 09:26

O Ministério Público (MP) pediu a pronúncia dos oitos arguidos acusados em coautoria material de um crime de tráfico de droga no caso em que está envolvido o homem detido na posse de um produto branco, que lhe foi apreendido no carro, que a GNR disse ser cocaína, mas as análises revelaram que, afinal, era açúcar. A procuradora considera que “há prova suficiente para dizer que cometeram os crimes”, nomeadamente documentais, testemunhais, materiais e escutas telefónicas.
No debate instrutório que teve lugar no Tribunal de Torre de Moncorvo, a pedido de alguns arguidos, na passada segunda-feira, a procuradora do MP disse que há indícios suficientes para avançar para julgamento, e que as provas documentais, as escutas e as perícias demonstram isso mesmo.
O caso envolve oito arguidos, residentes na Guarda, Torre de Moncorvo e outras localidades transmontanas, mas tornou-se mediático por causa de Manuel Lourenço Gomes , 46 anos, que esteve preso preventivamente entre 31 de maio do ano passado e 27 de janeiro deste ano, após ter sido detido com cerca de 40 gramas de um produto que a GNR disse tratar-se de cocaína, depois de terem feito testes rápidos comprados numa farmácia, mas que mais tarde, a 11 de novembro, as análises do Laboratório de Polícia Científica revelaram que era apenas açúcar.
Apesar de os testes de laboratório realizados pela Polícia Judiciária (PJ) revelarem que a substância se tratava de açúcar, tanto o MP como o juiz de instrução criminal de Torre de Moncorvo negaram a libertação de Manuel Lourenço por ser suspeito de integrar a rede de tráfico transmontana, na qual estarão envolvidos os restantes sete, nomeadamente duas mulheres e cinco homens.
A defesa de Manuel Lourenço disse no debate instrutório que arguido é diabético e precisava do açúcar. Os fatos remontam a 2022. No dia 31 de maio Manuel Lourenço, residente em Verín, ESspanha, foi intercetado pela GNR em Torre de Moncorvo tendo-lhe sido apreendido um pó branco que tinha no porta luvas do carro, suspeitando que se tratasse de droga. Num teste rápido comprado numa farmácia, a substância reagiu positivamente e os militares acreditaram estar na presença de cocaína. Meses mais tarde, análises no laboratório revelaram que a substância era açúcar.

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