Nordeste Transmontano

PSD entregou as listas no tribunal e deixou 'bicada' ao Governo por causa de Pinho

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2021-12-16 15:02

O PSD entregou na passada terça-feira, no tribunal, a lista de deputados pelo distrito de Bragança, tendo deixado uma 'bicada' ao Governo PS pela detenção de Manuel Pinho devido às "borlas" concedidas à EDP enquanto foi Ministro da Economia.

O cabeça de lista do PSD, Adão Silva, sublinhou que esta é "uma excelente lista, de gente muito experiente, que já teve experiência parlamentar, muita experiência autárquica, a que se junta a juventude, o que é muito positivo".

Para além do atual deputado e líder da bancada parlamentar do PSD, a lista é composta por Paulo Xavier, Cristina Miguel, Paulo Pinto, Maria José Moreno e Ana Rita Brás.
"Confiem em nós, somos pessoas com experiência, com conhecimento e com humildade e com modéstia, estaremos disponíveis para servir bem a população do distrito de Bragança.

Isso quer dizer batermo-nos no parlamento para que os mesmos direitos que os cidadãos portugueses têm sejam, também, os direitos que têm os cidadãos dos distritos de Bragança, no âmbito da saúde, de apoios sociais, apoios às empresas, emprego, comunicações, acesso aos vários produtos e serviços que o Estado pode e deve disponibilizar.

Por outro lado, somos uma equipa que se vai bater pela preservação do que é nosso, daquilo que é a essência do nosso distrito, quer do ponto de vista patrimonial como natural", destacou.

Adão Silva apontou mesmo o exemplo da venda das barragens da EDP no distrito e da guerra com o Governo pelo pagamento dos impostos considerados devidos.
"Por exemplo, há cerca de um ano levantámos o problema da borla fiscal que este Governo deu à EDP com a venda das seis barragens do nosso distrito.
Não concordámos, protestámos, apresentámos uma queixa na Procuradoria Geral da República, conjuntamente com outra queixa apresentada pelo Movimento Terras de Miranda.

Para nós, a EDP ficou logo aqui com um quinhão de 110 milhões de euros.

Hoje [terça-feira] a notícia é a de que há um alto representante do estado no tempo de José Sócrates, Manuel Pinho, que poderá vir a ser julgado por vantagens que foram dadas à EDP. Não queremos que as coisas se associem mas a verdade é que estão muito próximas.

Aparentemente houve borlas dadas no passado por um ministro socialista e nós não queremos que esta borla fiscal que esta borla fiscal dada pelo Governo à EDP – 110 milhões de euros só pelo imposto de selo, fora tudo o resto como IMI, IMT, etc – isto não pode continuar.

Aquilo que é nosso, queremos que continue nosso. Dissemos na altura que deveria ser criado um fundo de compensação, que ficou no Orçamento de Estado de 2021 e o Governo não o concretizou. Anda aqui a fazer de conta que faz mas não faz", frisou.

Por outro lado, o cabeça de lista do PSD admitiu que a exectativa é manter dois deputados eleitos pelo distrito.

"Essa é a expectativa. Mas com toda a modéstia. Agora quem fala é o povo e nós não nos queremos antecipar à vontade do povo", disse. Sobre a regionalização, diz que "tem sido tema de várias campanhas no passado e é um tema bastante banalizado". "Espero que não seja um tema usado para tapar outros temas, como o facto de termos um Governo em decadência, num estado de erosão, que sai quando tinha de sair, inconfiável para os seus parceiros.

Que futuro vamos ter para Portugal, como vamos fazer com as reformas estruturais para não ficarmos para trás quando os países se levantarem com a pandemia".

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