Três anos de prejuízos na produção de mel levam apicultores a abandonar a atividade e a reduzir efetivo

Os apicultores não estão a aguentar o impacto de três anos de prejuízos na produção de mel. Para mitigar as dificuldades reduzem o efetivo de abelhas ou abandonam a atividade. “É o terceiro ano que enfrentamos quebras elevadas da produção, mas os custos aumentaram. Os apicultores não têm ajudas diretas ao setor e torna-se complicado produzir. Temos de aguentar, o que não é nada fácil”, explicou Manuel Gonçalves, presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP).
O problema já tem consequências no mercado do mel, com a diminuição das quantidades de produto certificado com Denominação de Origem Protegida ou Indicação Geográfica nas prateleiras. “O setor está a definhar, com consequências graves na economia regional. Muita gente deixou de contar com um rendimento adicional”, referiu Manuel Gonçalves.
O cenário é nacional. Os apicultores sentem-se discriminados pelo Ministério da Agricultura, queixando-se de falta de apoios para fazer face às consequências da seca no setor, acusando a tutela de serem “confrontados com “a mais completa inação”, denunciou o dirigente da Federação.