A opinião de ...

A não-violência: estilo de uma política para a paz

(mensagem papal para o dia mundial da paz, dia 1 de Janeiro
A comissão Diocesana Justiça e Paz vai levar a efeito, no dia 19 de Janeiro, às 21h00 na Igreja da Sé, uma reflexão sobre a mensagem papal para o dia mundial da paz.
Desde que, há 50 anos, o Papa Paulo VI declarou que «a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras de uma falsa ordem civil)», proclamando o dia 1 de Janeiro de cada ano como o Dia Mundial da Paz, todos os papas têm escrito e proclamado, em cada dia da Imaculada Conceição, 8 de Dezembro, uma mensagem a exortar à paz, para ser lida e meditada no início de cada ano civil.
Para o presente ano, o Papa Francisco intitulou a sua mensagem como «A não-violência: estilo de uma política para a paz», fundamentando-a na necessidade de salvaguardar a «dignidade imensa» de cada pessoa humana e, parafraseando S. João XXIII, de garanti-la através de um ambiente de paz, dentro da pessoa humana, em cada comunidade e entre todos os povos.
Num mundo dilacerado por uma guerra aos pedaços, o Papa exorta os cristãos a cultivar o perdão, a tolerância, a caridade e o amor, mesmo para com os inimigos e perseguidores, como exemplo que há-de frutificar no coração dos homens. Refere-se particularmente aos perseguidos por intolerâncias religiosas e étnicas que acabaram por tornar-se migrantes e refugiados na busca da paz e que necessitam da compreensão, da caridade, do auxílio e do apoio das pessoas e sociedades que podem ajudá-los de alguma maneira, convidando os cristãos, enquanto enviados da paz, a liderarem este processo porquanto «Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos».
O Papa encontra o fundamento para o apelo à doação cristã no facto do exemplo de Cristo ter sido um acto de amor à humanidade, dando-se mesmo à morte por ela: «O amor ao inimigo constitui o núcleo da “Revolução Cristã”». «Amai os vossos inimigos (…) é a magna carta da não-violência cristã».
O Papa exorta ainda todos os povos e sociedades a cultivarem uma vida e uma cultura de não-violência, desde a família às escolas, às outras instituições sociais e políticas e aos meios de comunicação social. Exorta-nos ainda a dedicarmo-nos ao próximo como fez Madre Teresa de Calcutá.
Contribuição para o debate: é esta mensagem inspirada na radicalidade da provocação de Cristo aos apóstolos quando os desafiou com o «deixai tudo e segui-me». Qual é o sentido de «deixar tudo?
A não-violência: estilo de uma política para a paz
Cada pessoa tem o direito de fruir a sua dignidade imensa enquanto filha de Deus.
A paz é a única e verdadeira linha do progresso humano
A paz resulta da orientação segundo a verdade, a justiça, a liberdade e o amor. 

Edição
3611

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