O Povo, a opinião e o poder
O Povo são as pessoas. A pessoa humana que, na comunidade humana, procura com labor e dignidade o pão de cada dia, que se empenha em garantir um presente e um futuro melhor para os seus e que, nesse intento, entre outras dimensões, se preocupa com o seu País.
São pessoas, concretas, de carne e osso, e não as manipuladas que muitos gostariam que fossem, que vão fazendo sentir o seu irredutível anseio, face a temores que vão recrudescendo, de viver num País independente, livre e democrático, economicamente próspero e socialmente justo.
Por isso, não compreendem nem aceitam que por estes dias uma certa bolha mediática, principalmente de comentadores e alguns órgãos de comunicação facilmente identificáveis pela sua orientação política e ideológica, instrumentalizando incessantemente a informação para dela recolherem benefícios, ao sabor dos interesses e do sentido que se pretende, em radicalismos, lhes tente condicionar o que pensam e sentem genuinamente.
Alguns comentadores chegam ao desplante de dizer que o Povo é quem mais ordena, mas só quando pensa e decide como eles querem, caso contrário já não e lamentam a formação e a inteligência dos seus concidadãos!
Enfim! Para estes manipuladores o problema é a realidade que é bem diferente do que existe nas suas cabeças.
Neste contexto está a crescer uma tendência de abandono da imprensa mainstream em face das redes sociais e dos podcasts, algo preocupante, mas sobretudo sinal de infortúnio para uma comunicação social pouco escrupulosa que tende a retratar a realidade bem longe da “verdade e toda a verdade” em que a sua capacidade crítica e ética se revela muito escassa.
A propósito, considero muito esta frase de Gabriel García Márquez quando diz que “toda a formação dos jornalistas deve estar sustentada em três pilares mestres: a prioridade às atitudes e às vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade do ofício, mas que todo o jornalismo deve ser de investigação por definição e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, mas que deve acompanhar sempre o jornalismo como o zumbido acompanha o moscardo”.
Neste sentido, espera-se que os meios de comunicação social estejam antes ao serviço do bem comum e defende-se o direito a uma informação fundada sobre a verdade, a liberdade, a justiça e a solidariedade e não orientada pela ideologia, pelo desejo do lucro e do controlo político.
A liberdade de expressão e uma imprensa livre constituem um pilar fundamental e essencial das democracias.
Esta permite e propicia que o Povo possa acompanhar e avaliar as situações, as realidades, a Governação e a Oposição, se os responsáveis políticos são empenhados e tem competência para resolver os problemas, sejam eles humanos, sociais, económi