A opinião de ...

Viver e sentir a Páscoa!...

Estamos quase na Páscoa, em plena Semana Santa.O Domingo de Páscoa, o próximo, é, assim, precedido pela Sexta-feira Santa, dia da celebração da morte de Jesus na Cruz, bem como pelo Sábado Santo, dia de luto e reflexão até à Vigília Pascal.
Com a celebração da Páscoa termina, para os cristãos, um período mais intenso de reflexão, renovação, conversão espiritual e de recolhimento em oração e penitência. 
Este tempo deve convidar-nos, não só a refletir sobre as nossas vivências quotidianas, tantas vezes de acomodação e insensibilidade perante a vida e os problemas sociais, mas também a esquecermo-nos de nós e ir ao encontro dos outros, banindo atitudes de indiferença, de ódio e de desamor. É também importante para desmontar posturas de egocentrismo, que criam dependências inconsistentes, vaidades e elogios bilaterais sem convicção, desprovidos de frontalidade e, consequentemente, com défice de honestidade, confundindo pontos de vista divergentes com rejeição e intolerância.
Neste contexto, se nascemos com uma Missão, o objetivo da nossa vida será realizá-la, melhorando o nosso potencial interno. Por isso, sobretudo nestes tempos de grande convulsão social e espiritual, é importante olhar o mundo e para o mundo à procura de sinais, também introspetivos, procurando entender e ver a LUZ que possa dar sentido de vida.
Se não entendermos, ou perdermos, o sentido na nossa Missão, podemos acabar por ficar limitados, voltando-nos para nós próprios, o que nos poderá tornar, egoístas, dominadores, insensíveis e conquistadores, ou seja, demasiada e obcecadamente agarrados a interesses materiais, portanto, longe dos valores espirituais.
Com efeito, devemos aproveitar este tempo para exercitarmos uma reflexão mais profunda e interiorizada, não baseada em rituais meramente formais e circunstanciais, e, no silêncio, ouvir o chamamento, despertando para as raízes, aceitando, humildemente, os nossos limites e mostrando o nosso interesse pelos outros, respirando conscientemente, confiando, sentindo paz e sendo capazes de colocar os interesses da comunidade acima da individualidade.
Será, pois, importante despertar, para contrariar o conformismo doentio, para promover a solidariedade, com responsabilidade, potenciando vínculos afetivos, ir ao encontro do “outro”, compreendendo-o, aceitando-o e perdoando-o, mesmo conscientes de que a caminhada exige um longo processo de maturação e aperfeiçoamento, na disponibilidade para com Deus e com os outros, mas que, evolutivamente, se tornará bela, confortante e gratificante.
Viver e sentir a Páscoa é também um desafio de autoconfiança, que nos deve levar a acreditar mais em nós próprios e nos outros, tornando-nos mais conscientes da nossa capacidade de amar e mais próximos de Deus, daí resultando um singular conforto espiritual, segurança interior, superação de receios, de inseguranças e de preocupações. Páscoa Feliz!...

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3518

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