Começar o ano refletindo
1. O Governo das Nações
O grande filósofo e poeta inglês John Milton (defensor da liberdade de expressão – sec. XVII), fez um discurso ao Parlamento Inglês em defesa da liberdade de expressão, como escreveu no seu texto “Areopagítica” (Livraria Almedina, 2009). O seu longo e oportuno discurso, cujas ideias valem, na sua maioria, para os nossos dias, evoca uma frase de Eurípedes (poeta e filósofo grego, 400 a.C.): «Há verdadeira liberdade quando os homens nascem livres, em tendo de esclarecer o público, podem falar livremente. Quem consegue e se propõe fazê-lo, merece todo o louvor; quem não consegue, ou não quer, pode sempre ficar calado. O que poderia haver de mais justo num Estado?» (Suplicantes). O que se passa hoje no governo das nações é uma tragédia que provoca um estado de pobreza relativo ao exercício da democracia plena. Na verdade, saber usar a palavra com rigor e sensatez, que suscite o diálogo e o contraditório, mas nunca promover a imposição, a injúria e a falsidade. Todavia, reconheçamos que a honra deve ser prestada aos homens e mulheres que se consagram ao governo das nações com sabedoria e estudo, quer dentro do seu país, quer fora de fronteiras. A ONU refere (13.9.2024): «Apenas 7,8% das pessoas do mundo vivem atualmente em nações consideradas democracia plenas; em contrapartida, 39,4% da população está subordinada a regimes autoritários».
2. A Saúde no Mundo
O Presidente dos Estados Unidos (USA), Donald Trump, assinou uma ordem executiva visando a retirada deste País da OMS. Trata-se de uma decisão que se refletirá na proteção da Saúde (promoção da saúde e prevenção da doença). O grande objectivo da OMS, a nível mundial, incluindo os USA, é direcionar e coordenar a saúde internacional, sendo áreas de intervenção: (i) os sistemas de saúde e sua capacidade de resposta aos problemas sanitários; (ii) a saúde ao longo da vida; (iii) as doenças não transmissíveis e transmissíveis; (iv) a preparação, vigilância e resposta às questões de natureza ambiental.
Sendo os USA um grande contribuinte da OMS, é evidente que tal ordem executiva irá provocar, se for aplicada, graves problemas à eficácia e eficiência do trabalho desta organização. Entretanto, soube-se, saúda-se a decisão governamental dos USA de retomar o financiamento ao programa HIV/SIDA, beneficiando 39,9 milhões de pessoas que viviam com o vírus em 2023. É que a Saúde Para Todos se dirige, não apenas aos países em vias de desenvolvimento (países mais frágeis), como igualmente aos países ditos desenvolvidos. E envolve todos, dada a globalização das relações internacionais. Os Estados Unidos também sofrerão (já sofrem por não terem um sistema de saúde que cubra os mais pobres). A Saúde relaciona-se com o mundo do trabalho, o ambiente do planeta, os jovens, mulheres e crianças. Explicitando: a saúde deve obedecer a uma estratégia transversal mundial nos fatores determinantes da saúde (ambientais, biológicos, comportamentais, demográficos, sociais, económicos e culturais), visando ganhos em saúde dos indivíduos e da população.
3. A Paz
Somente a pergunta para refletir e exigir: para quando a paz?